quinta-feira, 29 de agosto de 2013

MÉTODOS DE COZINHAR OS CEREAIS INTEGRAIS EM GRÃO - A PANELA DE PRESSÃO EM QUESTÃO




MÉTODOS DE COZINHAR OS CEREAIS INTEGRAIS EM GRÃO     Por: Aveline & Michio Kushi, 1985

Na China, na Mesoamérica (América intermédia) e em certas partes do velho mundo, os cereais eram tradicionalmente cozinhados sobre pressão em pesadas panelas ou em caldeirões. Pedras colocadas sobre as pesadas tampas forneciam muitas vezes um peso suplementar. A partir do momento em que a água em ebulição começava a produzir vapor sob pressão na panela, pesadamente tapada, o fogo era reduzido. Este modo de cozinhar preservava a energia e os nutrientes dos grãos de cereal e tornava a digestão mais fácil. Hoje em dia, com os cereais cada vez mais refinados e as suas películas mais duras e mais exteriores retiradas, é necessário menos tempo de cozimento, quer seja em água em ebulição, no vapor ou por outros processos. Além disso, os métodos modernos de cozinhar permitem muitas vezes que certas substâncias alimentares saiam do utensílio utilizado, reduzindo ainda mais a qualidade final do cereal.

O cozimento na panela de pressão é o meio moderno mais perfeito e mais eficaz de cozinhar os cereais integrais em grão e principalmente o arroz integral. A doçura natural do grão é completamente exaltada por este método e o arroz assim preparado é cozido uniformemente, digerido e assimilado facilmente pelo organismo e torna o espírito calmo e pacífico. O cozimento completo do arroz integral na panela de pressão demora cerca de uma hora, duração que pode variar ligeiramente em função das quantidades. O demolho do arroz durante várias horas (6 a 8 horas), antes de cozinhar, ou mesmo durante toda a noite, amolece as duras películas exteriores do grão e permite assim reduzir sensivelmente o tempo de cozimento. É igualmente tradicional juntar uma pitada de sal marinho por taça de arroz não cozido no início, o que melhora a qualidade do arroz, dando um efeito ligeiramente mais alcalinizante ao sangue.

Tal como o arroz, os outros cereais – cevada, aveia, trigo, centeio, millet, milho seco – podem igualmente ser cozidos na pressão, utilizando o mesmo método, variando o tempo de cozimento em função da quantidade e do tipo de cereal. Os cereais podem igualmente ser misturados. No caso do arroz integral, podemos juntar 10 a 30% de outro qualquer cereal, várias vezes por semana, modificando o sabor e as qualidades nutritivas do prato principal. O arroz e os outros cereais integrais podem ainda ser cozinhados na pressão com uma proporção idêntica com outros alimentos, tais como os feijões, as castanhas, as sementes de lotus e outras, as nozes, as bolotas, abóboras e outras qualidades de curgetes e legumes finamente cortados. Quando misturamos arroz ou outros cereais com diversos ingredientes, é necessário também juntarmos uma pequena quantidade suplementar de sal, para equilibrar o conjunto. Além do sal marinho não refinado, um pouco de tamari, de miso ou outro condimento natural pode ser utilizado periodicamente. Um pequeno pedaço de kombu, alga muito rica em minerais, é muitas vezes tradicionalmente colocada no fundo da panela do arroz para fornecer mais energia, aumentar o sabor e o perfume e facilitar a digestão.

Quando não é possível cozinhar em panela de pressão, pode-se cozinhar o arroz e os outros cereais integrais em água. Devemos utilizar então uma panela com tampa pesada afim de reter o mais possível a energia e os nutrientes. O millet e o trigo sarraceno cozem mais depressa do que os outros cereais e não necessitam de ser cozinhados na pressão. No entanto, para melhorar as suas qualidades, são tradicionalmente tostados alguns minutos a seco numa frigideira ou panela antes de serem cozidos na água.

Outros cereais integrais podem igualmente ser tostados afim de melhorar a sua digestibilidade. Outros métodos de cozinhar os cereais e os produtos que deles derivam podem ser utilizados, de vez em quando, tais como: no vapor, no forno ou fritos.
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A PANELA DE PRESSÃO EM QUESTÃO
Por: Harold Kulungian e Florence Wenker, 2000
www.lamacrobiotique.com – Bulletin d’information

Tudo muda na vida, é uma das leis da Ordem do Universo. O movimento macrobiótico no seu conjunto não escapa a esta regra. Mas para começar, façamos um pouco de história. Um pouco de história.


Um pouco de história

A prática da Macrobiótica teve o seu início nos anos 50 do Sec. XX na Europa sob a égide de Georges Ohsawa. Mais tarde, o “Zen Macrobiótico” (livro da Ed. Vrin), do mesmo G. Ohsawa, apareceu nas livrarias. Durante vários anos só se dispunha deste livro para se fazer os primeiros passos na cozinha macrobiótica. As resultantes foram eficazes mas nem sempre muito gustativas.

Durante os anos 70 do Sec. XX, Michio Kushi entra em cena nos EUA. Uma das suas prioridades foi “salvar a macrobiótica”, como se afirmava no seu meio social. Uma das primeiras recomendações de M.K. foi diminuir a quantidade de sal (até aqui o gomásio era recomendado na proporção de 1/7) e não utilizar o sal marinho não refinado cinzento. Ele introduziu igualmente o método do arroz cozido na pressão. De seguida apareceram todos os tipos de sobremesas à base de malte de cereais ao mesmo tempo da alimentação macrobiótica padrão, e do uso largamente difundido dos legumes verdes escaldados. Ao mesmo tempo foi recomendado diminuir ou mesmo banir totalmente o uso diário de produtos à base de farinha de cereais e do próprio pão integral.

O facto é que nesta época, M.K. foi tido na Europa por certas pessoas como uma espécie de “libertador”.

A nova dieta macrobiótica estilo gourmet (“é tão sã como deliciosa”) fez a sua entrada em cena. Foi largamente popularizada por vários livros de cozinha muito atraentes. Além disso todas os lares macrobióticos equiparam-se com uma panela de pressão ou mesmo duas panelas de pressão – uma para os cereais e a outra para o fabrico do amasaké. Se reflectirmos bem nisto as crianças foram alimentadas quase totalmente com produtos cozidos na pressão. Foi isto razoável ?

Muitos centros de ensino macrobióticos viram o dia nos anos 70-80 na Europa e nos EUA: Instituto Kushi de Amesterdão, de Beckett, Estados Unidos, IMI-Kiental, Centro Macrobiótico Le Grain de Vie em Génova e vários outros.

De seguida, o movimento que tinha atingido o seu auge cerca de 1985-1987 começou a declinar ao mesmo tempo sem razão aparente na Europa e nos EUA. Controversas e acusações tiveram lugar em França e o movimento foi definhando pouco a pouco. Alguns centros subsistiram com muita dificuldade, outros transformaram-se e alguns desapareceram claramente. A renovação biológica da raça humana não se realizou, é preciso admiti-lo claramente, se bem que certas ideias tipicamente macrobióticas tenham sido largamente difundidas, tais como a necessidade de se comer uma alimentação baseada em fibras (cereais), o abuso de produtos lácteos como fonte de diversos males, a nocividade do abuso de produtos cárneos e a necessidade de comer legumes todos os dias.

No entanto é aflitivo constatar que diversos grupos macrobióticos se afrontaram, perdendo o seu tempo em polémicas estéreis e críticas inúteis e prejudiciais ao colectivo, sem contar com o impacto desfavorável criado com as “novas modas”. Na Europa, assistiu-se à formação de dois clans: os “Kushistas” e os “antikushi ou Oshawistas”. Era como a esquerda e a direita em política (os conservadores e os renovadores), era preciso fazermos a nossa escolha, saber de que lado estávamos. Nos anos 90, os dois grupos foram pouco a pouco definhando, o primeiro por dispersão e o segundo por implosão. Não restam mais do que alguns adeptos disseminados e solitários. Entretanto a macrobiótica e as ideias que ela veicula continuam a fazer o seu caminho. Produtos desconhecidos há 20 anos atrás estão hoje largamente difundidos, tais como o leite de arroz, o tofu, e todos os produtos à base de proteínas vegetais.


Porquê tantas mortes inexplicáveis ?

Paralelamente, estes 10 últimos anos (anos 90) foram marcados por mortes inexplicáveis de professores macrobióticos ou de pessoas praticantes de macrobiótica há numerosos anos. Estas mortes são evidentemente bastante embaraçosas para os que tentam promover este novo modo de vida  e permaneceram totalmente inexplicáveis até agora.

Harold Kulungian tenta dar algumas explicações através da Internet e pode-se dizer que ele não está completamente errado.

Durante estes 30 anos (1970-2000) todos os macrobióticos tiveram pelo menos um ponto em comum que é um estilo de cozinhar: cozinhar na pressão, sobretudo o arroz e as leguminosas. Segundo Harold Kulungian cozinhar na pressão tem um poder yanguizante extremo. Os cereais com este tipo de preparação são esmagados e formam uma papa que não oferece resistência  à acção peristáltica do intestino. A papa assim absorvida produz contracções incessantes, fazendo que, por seu lado, se tenha uma sensação contínua de fome. Para acabar com esta acção constritiva, a pessoa sente-se constrangida a comer continuamente, justamente para impedir a contracção do intestino.

Eis aqui o que poderá explicar o porquê de tantos macrobióticos de bastante renome tenham feito dos desvios ao regime macrobiótico um hábito e tenham mesmo feito deles um motivo de prazer. Depois as coisas deterioraram-se e alguns de entre eles morreram numa idade relativamente jovem: Murray Snyder (56 anos), Clim Yoshimi (68 anos), Hermann Aihara (74 anos) e outros mais … jovem para pessoas que adoptaram uma arte de viver que eles próprios apelidavam “A arte do rejuvenescimento e da longevidade” ! … (capa do Zen Macrobiótico). Esta frase foi muitas vezes pronunciada mesmo por professores macrobióticos: “ninguém pode seguir o regime macrobiótico padrão toda uma vida, sobretudo os professores macrobióticos” e uma outra: “alguma coisa “não funciona” no regime macrobiótico”.

Aquele que faz dos desvios uma rotina, torna-se de tal forma arrogante que crê sempre que irá poder sair disso, como o automobilista que anda a 150 Km à hora na estrada e pensa que nunca irá ser multado ou nunca irá ter acidentes, até ao dia em que …

Aqueles que por vontade ou sorte não fizeram desvios caíram noutra armadilha: comer muito e a obsessão pela comida. Há alguns bulímicos e alcoólicos entre os macrobióticos …, a partir do momento em que tais comportamentos aparecem, torna-se evidente que “alguma coisa não vai bem na macrobiótica”. Uma das condições indispensáveis para permanecer jovem e de boa saúde é comer pouco. É necessário procurar sempre a quantidade mínima para sobreviver. Numa palavra, comer para viver e não viver para comer. O estado de “comedor excessivo” leva invariavelmente a um cortejo de pequenas enxaquecas crónicas: fadiga, dores de cabeça, problemas de sono, problemas emocionais e psicológicos, e a seguir a um cortejo de grandes males: doenças degenerativas, paranoia, etc. A macrobiótica não é um encorajamento aos banquetes, mesmo se estes forem à base de produtos saudáveis e biológicos. Um ou dois banquetes por ano ainda se aceita; mais banquetes fazem estragos. Por comer pouco, entende-se uma refeição completa por dia, se possível ao meio dia, consistindo as outras duas em lanches, e nada de mordiscar entre as refeições.

A maior parte dos comedores convencionais têm uma condição ácida do sangue o que impede uma absorção total da comida enquanto que pela macrobiótica, o sangue bastante menos ácido e por vezes mesmo alcalino, permite uma absorção completa dos alimentos. É por isso que o excesso de comida é bastante mais perigoso para os macrobióticos do que para os não-macrobióticos. Na alimentação convencional, a comida apenas é digerida parcialmente e não passa totalmente para o sangue, ao passo que com a macrobiótica a assimilação é óptima. Com efeito, na alimentação tradicional, a comida só e´assimilada a 25%, ficando o excedente no tubo digestivo que é rejeitado através das fezes, provocando um odor nauseabundo, flatulências, gases e outros desconfortos. É bem certo que não é uma maneira saudável de se viver, mas não muito perigoso numa primeira fase. Pelo contrário, no caso da macrobiótica, a comida é assimilada a 80-90%, e por esta razão, não temos necessidade de comer tanto. De facto, se comermos muito, agimos como se queimássemos enormes quantidades de lenha num pequeno calorífico fechado que funciona melhor com fogo brando. Provocaremos uma combustão muitíssimo forte e todo o organismo é “tostado” por assim dizer.

 O que faz um organismo sobrecarregado: tenta utilizar os excessos num primeiro tempo e cria tumores quando já não pode mais, mesmo nos macrobióticos. Para estarmos de boa saúde, deveremos sempre sentir uma ligeira sensação de fome.


Alguns sintomas reveladores

Resumindo, dizemos que o arroz cozido na pressão tem um poder extremamente yanguizante, que esta yanguização impede todo o uso de um outro alimento yang, tais como pickles salgados, legumes bem cozidos, e que bem ao contrário, esta yanguização irá conduzir fatalmente à absorção de produtos yin extremo: álcool forte, pastelaria, frutos exóticos. O consumo destes “frutos proibidos” é sentido como “pecado” e leva a sentimentos de culpabilidade, de medo e de frustração e são tanto mais perigosos se forem realizados em segredo. Então, paradoxalmente, a macrobiótica, via de liberdade e de felicidade, irá transformar-se em prisão e infelicidade. Se não fosse tão lamentável, seria de rebentar a rir ! …

Não temos nenhuma prova a apresentar para justificar o que aqui avançamos. No entanto, é mais do que evidente que o modo de vida macrobiótico ou arte do rejuvenescimento e da longevidade, não é suposto ser a via aberta a doenças graves, a comportamentos psicopatas e a mortes prematuras.

Os sintomas provenientes do cozimento na pressão seriam os seguintes:
·         Tez pálida ou “cinzenta”
·         Olheiras sob os olhos
·         Magreza extrema
·         Contracção excessiva de todo o corpo
·         Problemas cardíacos
·         Prisão de ventre
·         Fadiga persistente e inexplicável
·         Problemas psíquicos: rigidez de pensamento, problemas relacionais
·          Comportamentos compulsivos face à comida – alcoolismo, bulimia

No que diz respeito às crianças, a prática quotidiana do cozimento na pressão seria fonte de frustração e poderia explicar o porquê de tantas crianças macrobióticas que chegadas à adolescência,  rejeitarem totalmente a macrobiótica.

Aí está, tentamos informar-vos. Vocês é que sabem se isto vos diz respeito ou não. Estamos conscientes quanto esta controvérsia é perturbadora para os iniciantes, o que lamentamos. Mas isso seria mentir e fingir que este problema não existe.

Como todas as coisas, a macrobiótica tem uma face e um dorso, e toda a gente conhece a face: boa saúde, mas o dorso é mais desconhecido. Há o dorso inerente à própria prática num mundo onde os valores que ela recomenda são rejeitados, mas também há o dorso que faz parte da macrobiótica, que é o de não nos podermos dar ao luxo de comer demais sem correr graves perigos físicos e psíquicos.


Em conclusão

Se sentir alguns dos sintomas mencionados aqui, talvez valha a pena fazer uma experiência e deixar a panela de pressão de lado por alguns meses. Em todo o caso, foi o que nós decidimos fazer.

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DICAS
Os cereais, porque são muito bem equilibrados em relação às necessidades dos seres humanos, têm um lugar privilegiado, e constituem o centro em torno do qual se constrói a refeição.


Características
·         Constituídos por hidratos de carbono complexos, fonte de energia disponibilizada à medida das nossas necessidades.
·         Bom equilíbrio sódio-potássio – equilíbrio de base do líquido intra e extra celular.
·         O cereal foi o último a nascer do reino vegetal, tal como o homem foi o último a nascer do reino animal.
·         Todas as grandes civilizações basearam a sua alimentação nos cereais integrais (+ leguminosas).
·         Fonte de longevidade, é um alimento que se conserva por muito tempo, milhares de anos (exemplo dos grãos de cereal encontrados nos túmulos egípcios após milhares de anos, em perfeitas condições de germinar), e também um alimento que nos conserva de boa saúde durante muito tempo.
·         Enfim, os cereais ajudam-nos a realizar uma certa ordem interior, tanto maior se os consumirmos em grãos integrais, não transformados, não refinados e não muito misturados !


Observações importantes

É sempre preferível consumir os cereais biológicos em grãos integrais:
·         Integrais: contêm mais energia vital, germinativa, reprodutora.
·         Biológicos: sem produtos químicos (forte perda de minerais e oligoelementos).
·         Não refinados porque:
·         Naturais (integrais, tal como a natureza os oferece).
·         Açúcares lentos.
·         Melhor equilíbrio mineral e proteico.
·         Mais fibras.
·         Ecológicos: é necessário 7 vezes mais superfície de solo arável para produzir 1 Kg de proteínas animais do que para produzir 1 Kg de proteínas vegetais.

O cereal é um fruto equilibrado para o ser humano, mais contraído que os frutos que nós conhecemos habitualmente, dá uma maior força de vida, um sistema digestivo e um sistema nervoso mais fortes.


Para melhor digerir os cereais

Juntar na mesma refeição:
·         Lacto-fermentos – sopa de miso, condimentos de chucrute ou legumes lacto-fermentados (pickles) …
·         Gomásio.

Os cereais devem sempre ser muito bem cozidos para serem bem assimilados.
Habituar-se ao seu consumo.
Mastigar conscienciosamente.
A mastigação é fundamental para a assimilação dos grãos – a saliva contém uma enzima, a ptialina, que opera a degradação do amido. Se esta primeira acção enzimática falta, é preciso esperar que o bolo alimentar chegue ao intestino para que o amido seja decomposto, dado que no estômago e doedono, em princípio, só as proteínas e os lípidos são decompostos. Por outro lado, se os cereais não são completamente triturados pelos dentes, a sua superfície será menor e então a sua digestão será mais lenta, mais laboriosa e incompleta, levando a uma fadiga inútil do organismo.


COZINHAR CEREAIS INTEGRAIS EM GRÃO

·         1 volume de cereal para 2 de água.
·         Meter sempre a água por cima do cereal, e não o inverso.
·         Juntar 10 cm de alga kombu e uma pitada de 3 dedos de sal.
·         45 minutos na panela de pressão ou 75 minutos numa panela com tampa pesada.


CLASSIFICAÇÃO YIN – YANG

De Yin a Yang:
Milho – Sorgo (para regiões tropicais) – “Mil perle” (idem) – Millet dourado – Amarante – Quinoa – Cevada – Aveia – ARROZ – Trigo verde – Trigo tenro – Centeio – Kamut – Espelta – Pequena espelta – Sarraceno ou Trigo negro (estação fria).

Todos os cereais podem ser consumidos em grão integral. Qualquer que seja a variedade do cereal, o país ou região, devem representar 50% do total da refeição. Variar as diferentes espécies de cereal, consoante as estações:
·         No Inverno: Arroz – Cevada – Espelta – Kamut – Centeio – Sarraceno
·         No Verão: Arroz – Millet – Trigo verde – Amarante – Quinoa – Milho

O pão, muito yang, não deve ser consumido regularmente: apresenta 5 acções yang = (1) moagem dos grãos; (2) aquecimento; (3) farinha + sal; (4) amassadura; (5) cozimento no forno.


UTILIZAÇÃO DOS CEREAIS INTEGRAIS E SEUS DERIVADOS NA COZINHA MACROBIÓTICA
Uso Regular
Uso ocasional
Arroz integral redondo
Massas integrais de trigo
Arroz integral longo
Soba (massas integrais de sarraceno)
Arroz glutinoso (doce)
Massas de trigo e sarraceno
Cevada
Pão integral
Sarraceno, Kasha (sarraceno tostado)
Galetes de arroz insuflado
Quinoa
Trigo e outros cereais triturados
Millet, Sorgo
Bulgur
Aveia
Polenta
Espelta
Cuscuz
Trigo
Cereais em flocos
Centeio
Farinhas de cereais tostados (cremes)

Os cereais industriais tipo “Corn Flakes” não devem ser consumidos.



TABELA DE COZIMENTO DOS CEREAIS

CEREAIS
PREPARAÇÃO ANTES DE COZINHAR
VOLUME DE ÁGUA/
VOLUME DE CEREAL
TEMPO DE COZIMENTO
Arroz integral redondo
Demolhar durante a noite
2:1
1 h
Arroz integral longo
Nenhuma
1,75:1
1 h
Sarraceno
Tostar a seco/nenhuma
1,75:2
30 mn
Millet
Tostar a seco/nenhuma
3:1
45 mn
Aveia em grão
Demolhar durante a noite
4:1
2 h
Quinoa
Nenhuma
2:1
35 mn
Espelta
Demolhar durante a noite
4:1
2 h






 RECEITA (de Gérard e Florence Wenker)
“Arroz de duplo cozimento à Iraniana”
Para todas as pessoas que tenham problemas de dentes ou que tenham habitualmente dificuldades em digerir os cereais integrais.




O arroz é sujeito a dois cozimentos:

Primeiro cozimento – em panela normal de fundo espesso e tampa pesada (caçarola):
·         Demolhar o arroz de véspera, em água com sal (uma pitada de dois dedos)
·         1 parte de arroz lavado e 1,5 a 1,75 partes de água
·         No dia seguinte, cozer o arroz em lume brando até que toda a água seja absorvida (cerca de 40 a 50 minutos).

Segundo cozimento – num cesto para cozer no vapor colocado em cima duma panela com água a ferver
·         Transferir o arroz cozido para o cesto de cozer no vapor onde estará a cozer durante 45 minutos a 1 hora.

Sugestão adicional
Incorporar no arroz, uma cenoura pequena com a sua rama, lavadas e bem picadas, antes do cozimento do arroz no vapor. Teremos assim um arroz repleto de minerais.









Autores de referência:
·         François Gisel
·         Gérard Wenker
·         Florence Wenker





domingo, 25 de agosto de 2013

Grão de Bico, Quinoa, Abóbora com Tahini e Saladinha de Espinafre e Beterraba.


Uma combinação perfeita e equilibrada…

Preparação da Quinoa:
Ingredientes:
Azeite de Oliva
1 dente de alho picado
½ cebola picada
1 pitada de sal
Água


A quinoa pode ser preparada de forma convencional, como fazemos arroz. Basta colocar algumas gotinhas de azeite na panela, fritar um pouco de alho e cebola bem picadinhos, adicionar uma pitada de sal, depois a quinoa (1 xícara deve ser suficiente para 2 pessoas) e cozinhá-la conforme indicado na embalagem. Em geral 15 min são suficientes.
A vantagem da quinoa é que ela é um (pseudo) cereal, mas não precisa, como os demais (arroz, cevada, trigo, por exemplo) combinar-se com uma leguminosa para formar proteína. Ela contém em si todos os aminoácidos essenciais. Nesta receita eu a combinei com grão de bico (uma leguminosa, como o feijão ou a lentilha) mas não seria necessário.


Preparação da Abóbora com Tahini:
Ingredientes:
½ abóbora cortada em quadrados de 1 cm2 (não é necessário retirar a casca)
Água
2 colheres de sopa de Tahini (pasta de gergelim)
Shoyu (opcional)

Coloque as abóboras na panela, adicione água para cobri-las pela metade. Cozinhe por uns 10 min e cheque se já consegue espetá-las com um garfo (elas devem estar macias, mas não desmanchando, ou se partindo). Ao final do cozimento não deve mais haver água no fundo da panela. Adicione o Tahini e mexa com cuidado. Experimente e verifique se, para o seu paladar, é preciso adicionar sal. Se sim, adicione algumas gotas de shoyu.
Sobre o Tahini, ele é um ingrediente bastante usado na culinária do Oriente Médio, Norte da África, Turquia etc. É feita de gergelim e tem um papel muito importante em dietas vegetarianas e veganas já que possui alto conteúdo de cálcio e proteína. É usado como ingrediente do homus e do babaganoush.

Preparação da salada:
Não há segredo no preparo. Você pode misturar todos os ingredientes que desejar. Esta salada eu fiz apenas com espinafre e beterraba. O segredo, na verdade, está no tempero (e no fato de que muitas vezes compro o espinafre orgânico limpo e lavado e a beterraba também orgânica já cozida, em vácuo). Para este tipo de salada (com folhas) eu gosto muito de fazer o tempero mais fácil e equilibrado que conheço.
Ingredientes:
Sal marinho
1 dente de alho
½ limão
Azeite de Oliva

Triture o alho e coloque-o no morteiro, adicione o sal. Macere bem o sal e o alho até formar uma pasta grossa. Misture o azeite e adicione tudo à salada. Se tiver gengibre em casa, rale um pedaço e extraia seu sumo… Umas gotinhas são suficientes para dar um toque especial ao tempero.



O REGIME MACROBIÓTICO OHSAWA Nº 7




A dieta desintoxicante de cereais
                        (por: Gérard Wenker, 2012)


TUDO O QUE DEVEMOS SABER SOBRE A DIETA CEREALÍFERA

A alimentação macrobiótica é extraordinariamente eficaz: cura ou melhora a maior parte das doenças fisiológicas, mesmo as ditas incuráveis (Artrite – Asma – Arteriosclerose – Cancros – Cistite – Diabetes – Eczema – Colesterol – Epilepsia – Gota – Hipertensão – Hipotensão – Obesidade – Anorexia – Parkinson – Psoríases – Enxaqueca – Reumatismo – Catarro pulmonar – Sinusite – Esclerose em placas – Zona, etc.) e psicológicas (Depressão – Neurastenia – Autismo – Paranoia – Esquizofrenia); e bem entendido para permanecermos em forma e conservarmos uma perfeita saúde até idade avançada.


PORQUÊ ?
·      O resultado de tudo o que absorvemos encontra-se no sangue.
·      A alimentação macrobiótica purifica o sangue em 10 dias.
·      Um sangue saudável limpa as toxinas acumuladas em 30 dias.
·      Os órgãos regeneram-se em 90 dias, o corpo na sua totalidade num ano.

Se desejarmos verdadeiramente testar a eficácia da Macrobiótica, experimentemos então o Regime Nº7 durante 10 dias. Seremos transportados para um outro mundo, o mundo da saúde física, mental e espiritual.

É MUITO SIMPLES:
Consumir a cada refeição unicamente cereais biológicos integrais ou semi-integrais em grão. Pelo menos 50% dos cereais devem ser arroz integral. Beber o menos possível – Mastigar o mais possível. É como um jejum, mas sem fome.


Consideremos no entanto, algumas restrições:

À condição de ser seguido correctamente e de conhecermos os limites.

Pode ser igualmente perigoso, levado sem precaução, segundo o princípio macrobiótico: “Quanto maior a face, maior o dorso”.

• CONTRA-INDICAÇÕES: pessoas muito magras ou anoréxicas – doentes em terapia medicamentosa – sangue muito espesso – esclerose dos capilares sanguíneos – anemia perniciosa – pessoas que se submeteram a transplantes de órgãos – diverticulose intestinal.
O regime Nº7 não é um fim em si – deve marcar o início de uma profunda mudança do nosso modo de vida, e dos nossos hábitos alimentares segundo os princípios universais macrobióticos, caso contrário recairemos irremediavelmente doentes e desesperados.

Não mais de dez dias. Poderemos sempre recomeçar de tempos a tempos quando sentirmos necessidade. De seguida, para continuarmos na via da cura, devemos imperativamente prosseguir com a alimentação macrobiótica padrão tal como nós (conselheiros macrobióticos experimentados) ensinamos nos livros e nos seminários de estudos e nas consultas.



ALGUMAS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, QUE DEVERÃO FACILIATAR A CURA

Primeiro caso – pessoas que praticam já a alimentação macrobiótica, mais ou menos bem, há mais ou menos tempo, com desvios e erros, mas que conhecem os princípios de base.
Deverão preceder o início da cura com alguns dias sem desvios, sem produtos animais, sem sobremesas, sem alimentos crus. Unicamente o prato macrobiótico padrão vegetaliano: cereal – leguminosas – legumes – algas. Bebida chá de 3 anos, caldo de miso e água da fonte.

Segundo caso – pessoas totalmente ignorantes dos princípios macrobióticos.

Não comecem de qualquer maneira … informem-se minimamente sobre a filosofia prática macrobiótica antes de se lançarem nesta aventura sobretudo se tiverem uma doença grave. Comecem pela comida vegetariana durante uma semana, sem nenhum produto industrial, bebida açucarada, nem produtos lácteos.

Isto exige mesmo assim uma certa força de carácter e a capacidade de se privarem durante um certo tempo de todos os prazeres gustativos: café, açúcar, lácteos, carne, chocolate, álcool, etc.
Em todos os casos, os 3 primeiros dias são bastante penosos mentalmente - devem ocupar o espírito e serem activos.

Dito isto … estamos prontos, psicologicamente, fisicamente e praticamente, então mãos à obra.



PORQUÊ UMA MONODIETA DE CEREAIS ?

Na condição dos cereais serem integrais e biológicos, o seu valor nutritivo é o melhor equilibrado de entre todos os alimentos. Mas o que faz de facto dos cereais alimentos ideais para as monodietas é que contêm muito poucos dejectos, conhecidos pelo nome de purinas, tais como o ácido úrico, a xantina e a cafeína, que são verdadeiros venenos para o organismo.
Exemplos de dosagens comparativas de purinas em mg/100g de alguns alimentos:

Carne/1500 – Anchovas/500 – Peixe/150 – Café/1000 – Cacau/2.200 - Chá/2.800 – Pão/50 – Cenouras/5 – Arroz/0

Como podemos constatar, o arroz não contém nenhuma purina, razão pela qual em Macrobiótica o arroz é o cereal da desintoxicação e por conseguinte o cereal da cura. Em caso de problema, podemos regressar sempre ao arroz e aos outros cereais, que não contêm ou contêm poucas toxinas, e que são apesar de tudo muito energéticos.

Precaução: o arroz tem um grande poder de limpeza do organismo, as toxinas assim libertadas são veiculadas pelo sangue antes de serem eliminadas pelo sistema excretório. É fácil de compreender que em caso de forte acumulação, esta brusca difusão de dejectos em todo o corpo, pode causar fenómenos de eliminação que são o equivalente a uma mini intoxicação (diarreia, prisão de ventre, enxaquecas, acessos de fraqueza).

Para os macrobióticos e os vegetarianos não há em geral problemas, para os carnívoros e pessoas doentes é preferível seguirem durante algum tempo o regime macrobiótico padrão antes de se lançarem para o regime Nº7. Dito isto, sobre as precauções a seguir e fazendo prova de um mínimo de bom senso, toda a gente deveria fazer a experiência de uma monodieta de cereais. Seja sob o controlo de um praticante macrobiótico se for por razões de saúde, seja a título pessoal enquanto exercício da vontade ou experiência espiritual.



EXISTEM VÁRIAS VARIANTES DE DIETA DE CEREAIS, A UTILIZAR CONFORME O OBJECTIVO E OS RESULTADOS PROCURADOS

Se quisermos tirar a máxima eficácia duma tal dieta, a primeira coisa a fazer é escolher aquelas que melhor nos convêm em função da condição física e psíquica do momento. A segunda coisa, que tem uma grande importância, é a de nos prepararmos mentalmente e fisiologicamente para decidirmos o melhor momento, dia, mês, estação, para começar. Comporemos o nosso regime segundo as necessidades, sabendo que cada cereal tem uma acção específica. O cereal principal em certas circunstâncias pode ser acompanhado por outro cereal secundário ou por um específico que reforçará e completará a acção.

Para pessoas intolerantes ao glúten, não utilizar o trigo, cevada, aveia, centeio, espelta, kamute, e o triticale (hibrido do trigo e centeio). Os seguintes cereais não colocam qualquer problema: arroz – arroz selvagem – milho – millet – quinoa – sarraceno – kacha – lágrimas de Jacob (cevada) – amarante – sorgo.



ACÇÃO ESPECÍFICA DOS ALIMENTOS

Arroz
Potente desintoxicante do sangue, limpa os tecidos em profundidade
Sarraceno
Muito energético, bom para as pessoas enfraquecidas e friorentas
Cevada
Tem uma acção calmente sobre o sistema nervoso
Millet
Reforça o sistema ósseo, em caso de descalcificação
Aveia
Estimulante muscular e nervoso, mas aquece
Milho
Em caso de melancolia, tristeza, depressão
Umeboshi
Sistema digestivo, estômago, fígado
Gomasio
Desacidifica o sangue e reforça os intestinos
Miso
Potente fortificante Yang. Neutraliza os produtos químicos e as radiações
Tamari
Fortifica o coração. Nevralgias, ciáticas.
Chá Mú
Para pessoas enfraquecidas Yin. Tónico Yang.
Chá de 3 anos
Fadiga, reumatismo, ulceras, icterícia, neurastenia
Kuzu
Regulariza os intestinos, prisão de ventre, diarreia




PASSO A PASSO PARA SE INICIAR UMA MONODIETA DE CEREAIS:

Alguns exemplos de regimes cerealíferos
Para uma duração de 10 dias no máximo – porquê 10 dias ?  Considera-se geralmente que um décimo dos glóbulos vermelhos do sangue se regenera todos os dias, assim em 10 dias o nosso sangue estará inteiramente renovado e limpo.


Nº7
A mais restritiva e a mais simples. Desintoxicante. Mastigar 30 vezes
Pequeno almoço
1 malga de arroz recozido + 1 taça de chá de arroz
Almoço
1 malga de arroz integral + 1 c. café de gomásio + 1 taça de chá de 3 anos
Jantar
1 pequena malga de arroz integral + 1 c. c. de gomásio + 1 taça de chá de arroz


Nº7.2
Variante mais digesta. Mastigar 30 vezes e beber o mínimo
Pequeno almoço
1 malga de creme de  arroz com 1 c.c. de Tamari + 1 taça de chá de 3 anos
Almoço
1 malga de arroz integral com ½ ameixa umeboshi + gomásio + 1 taça de chá de 3 anos
Jantar
1 malga de arroz recozido + Tamari + ½ taça de chá de 3 anos

Nº7.3
Variante calmante com cevada
Pequeno almoço
1 malga de creme de  cevada com 1 c.c. de Tamari + ½ taça de chá de 3 anos
Almoço
1 malga de cevada em grão com gomásio + 1 taça de chá de 3 anos
Jantar
Idem Almoço (mastigar pelo menos 50 vezes) com 1 taça de chá de cevada


Nº7.4
Variante Yang fortificante para pessoas Yin e estação fria
Pequeno almoço
1 malga de kokkoh com Tamari + 2 galetes de arroz + 1 taça de chá de 3 anos
Almoço
1 malga de sarraceno ou de Kacha (sarraceno tostado) + 1 c.c. de gomásio + 1 taça de chá de 3 anos com 1 c.c. de Tamari
Jantar
1 malga de massa Soba (massa de sarraceno) com 1 c.c. de Tamari + 1 taça de água da cozedura das Soba  com Tamari


Nº7.5
Variante ligeira para problemas digestivos
Pequeno almoço
1 malga de creme de cereal (arroz, cevada, aveia, Kokkoh, etc) + galetes de arroz barradas com miso doce + 1 taça de café Yannoh
Almoço
1 malga de cuscuz ou de bulgur com gomásio + 1 taça de chá Mú
Jantar
1 malga de creme de Kuzu com ½ ameixa Umeboshi e 1 c.c. de Tamari

Nº7.6
Variante para convalescentes e pessoas enfraquecidas
Pequeno almoço
1 malga de Tsampa (cevada tostada moída) + 1 c. sopa de Tahin + gomásio + 1 taça de chá Mú
Almoço
1 malga de papa de aveia em grão integral com ½ c.c. de Tekka + 1 taça de caldo de miso com alga Nori e salsa
Jantar
1 malga de quinoa + chá de 3 anos


Nº7.7
Variante mineralizante
Pequeno almoço
1 malga de quinoa com gomásio + 1 taça de chá de 3 anos Hochicha e de chá verde Sencha (50%/50%)
Almoço
1 taça de caldo de miso com ½ folha de alga nori e salsa + 1 malga de millet com gomásio
Jantar
1 malga de millet com tamari ou tekka + 1 taça de chá de arroz



COMO COZINHAR OS CEREAIS

Medida: 1 taça= 225g – 1 taça de arroz cru dá 3 taças de arroz cozido.
Contar 1 taça de arroz cozido por pessoa.
Recipiente: panela de pressão ou panela de ferro fundido com tampa bastante pesada.

Quantidade
1 taça de arroz
2 taças de água
1 pitada de 3 dedos de sal integral marinho


Preparação
Colocar o arroz num passador, lavar em água fria, escorrer e vazar para a panela. Juntar a pitada de sal e a água fria, agitar ligeiramente para assentar uniformemente os grãos sobre toda a superfície do fundo, o que permite igualmente verificar a qualidade do arroz – quantos mais grãos houver a flutuar à superfície, pior a qualidade do cereal.
Colocar a panela sem tampa sobre o fogo, levar à ebulição ligeira, tapar a panela e deixar subir a pressão, ao sinal de “pressão plena” baixar para lume brando e colocar o difusor se necessário.
A partir deste instante contar 45 minutos – 1 hora para panela normal.
Acabado o tempo, tirar a panela do lume e deixar que a pressão caia por ela própria, o que permite que os grãos do fundo se soltem mais facilmente.
Abrir a panela e retirar o arroz.
O arroz cozido desta maneira tem um gosto a avelãs, um sabor doce delicioso e é particularmente digesto – no entanto, mastiga-lo bem.

OS CHÁS DE CEREAL
Pesar 250 a 500g do cereal desejado, arroz, cevada ou trigo.
Tostar ligeiramente numa sertã/panela em lume médio durante 5 a 10 minutos mexendo constantemente.
Deixar arrefecer e guardar em seco num frasco.
Para 1 parte de cereal tostado juntar 5 partes de água, levar à ebulição e deixar ferver durante 15 minutos.

Kokkoh: mistura especialmente elaborada a partir de grãos de tostados (em quantidade decrescente): arroz, cevada, aveia, sésamo, e azukis, tudo moído fino. Recomendado sob a forma de creme para os bebes e doentes com falta de apetite. . Muito digesto.
Kokkoh sem glúten de Celnat: arroz redondo integral, arroz doce, quinoa, azukis.



LISTA DE PRODUTOS:
·      Arroz integral ou semi-integral do nosso país
·      Para a França é recomendado o arroz de Camargue biológico
·      Para a Itália o arroz da planície do Pó
·      Para a Espanha, o arroz Huesca e Calaspara são os melhores
·      Millet dourado – Aveia – cevada – Quinoa
·      Galetes de arroz
·      Miso – pasta de soja fermentada
·      Nori em folhas ou em flocos
·      Chá de 3 anos – Kukicha troncos ou Hojicha em folhas
·      Gomasio (sementes de sésamo salgadas e tostadas) como condimento sobre os cereais
·      Kuzu – fécula extraída de planta selvagem. Utilizada na cozinha como gelificante.
·      Kokkoh –creme precozido nutriente completo para bebes, convalescentes e idosos.



AINDA ALGUMAS RECOMENDAÇÕES

v Escolher com cuidado um dos regimes e mantê-lo durante toda a duração da cura.
v Para curas de longa duração, juntar aos cereais uma pitada de salsa.
v O gomásio deve ser preparado na proporção de 1/7 a 1/12 (1 parte de sal + 7 a 12 partes de sementes de sésamo tostadas), conforme a condição de saúde de cada pessoa.
v Os cereais serão cozinhados com o menos de água possível.
v Preparar as quantidades para 2 dias, é mais fácil para uma só pessoa.
v Após o 6º dia, se não evacuar, fazer uma lavagem (clister) com água tépida.
v Praticar exercícios corporais diariamente mesmo se estivermos cansados: Do-In, Yoga, Jogging, Marcha, Bicicleta, Trabalho nórdico, Passeios na natureza, etc.
v Beber pouco, mastigar bem.
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REGENERAÇÃO E PROCESSO DE ELIMINAÇÃO

A alimentação macrobiótica padrão compreende um mínimo de purinas, muito poucos lípidos e praticamente nenhum produto químico. Se for bem compreendida e praticada correctamente é auto-limpadora, desintoxicante e equilibrada. A sua eficácia na regressão e cura da maior parte das doenças é espectacular.
Durante o 1º ano, mas em geral durante o 1º e o 3º mês de uma prática correcta de um regime de regeneração, poderão surgir sintomas de eliminação.


Sintomas benignos

·      Erupções cutâneas, borbulhas, manchas brancas ou acastanhadas
·      Enxaquecas ou cefaleias
·      Catarro pulmonar, sinusite, tosse abundante, mucosidades
·      Laringite e extinção de voz
·      Dores de dentes e perda de chumbagem
·      Prisão de ventre ou diarreia
·      Interrupção das regras
·      Dores musculares ou articulares
·      Transpiração e mau odor corporal
·      Perda de cabelos e caspa
·      Emagrecimento

Todos estes fenómenos são reacções de eliminação fisiológica de curta duração, 3 a 7 dias em geral.
Para as mulheres: as regras, em certos casos, podem parar vários meses.
Para os homens: a libido sexual pode interrompe-se durante algum tempo.
Não é aconselhável interromper estas reacções de eliminação, bastando mastigar bem e não fazer desvios alimentares fora do regime preparatório.
Em alguns casos, tornam-se necessários alguns ajustamentos ao regime padrão para acelerar ou retardar estes fenómenos desagradáveis, mas indispensáveis. Se comermos correctamente, não haverá qualquer perigo, mas não devemos ser excessivos na interpretação, nem muito rígidos na aplicação dos princípios dietéticos macrobióticos.
Em certas pessoas mais seriamente atingidas na sua saúde por uma doença formalmente diagnosticada, podem aparecer fenómenos de eliminação mais severos.


Sintomas mais severos

·      Crise nefrítica
·      Eliminação de cálculos renais
·      Nevralgia cerebral
·      Hemorragia nasal ou vaginal
·      Eliminação de pedras
·      Dificuldades respiratórias
·      Febre forte

Esta lista não é exaustiva. Em todos os casos dificilmente suportáveis torna-se necessário cuidados complementares, internos ou externos (compressas de gengibre – VER artigo sobre o assunto neste blog) destinados a acelerar ou a retardar os processos de eliminação, sob os conselhos e a vigilância de um conselheiro macrobiótico experimentado.
Estas eliminações muitas vezes diagnosticadas e tratadas como doenças pelo corpo médico convencional, são na realidade um mecanismo natural de protecção do nosso organismo e em nenhum caso se devem suprimir ou bloquear brutalmente através de potentes medicamentos, mas apenas acompanhá-las e controlá-las através de meios naturais.
Para cada doença existe um tratamento macrobiótico específico. Estes tratamentos necessitam de uma compreensão precisa da fisiologia do corpo humano e do controlo perfeito da ciência do Yin-Yang. Apenas as pessoas que praticam a Macrobiótica há longos anos são capazes de aconselhar eficazmente um doente atingido gravemente na sua saúde.

Gérard Wenker, 2009
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