ALIMENTAÇÃO
COM OS 5 ELEMENTOS
Por: Gérard Wenker, 2013.
1- O ELEMENTO FOGO –
CORAÇÃO E INTESTINO DELGADO
Um consumo exagerado de alimentos condimentados com especiarias
deteriora o coração e o intestino delgado, tal como a presença excessiva de
gorduras e de colesterol no sangue derivada de uma ingestão de quantidades
muito grandes de alimentos de origem animal. Se o coração e o intestino delgado
estão fracos, há todo o interesse em reduzir, até mesmo eliminar, da
alimentação, a carne vermelha, os ovos e os produtos lácteos, todos eles
aumentando o colesterol do sangue e impedindo o coração de receber um afluxo
suficiente de sangue e de oxigénio. Um consumo excessivo de alimentos muito
contraentes ou frios (muito yang), tais como o sal por exemplo, enfraquece
igualmente o coração e o intestino delgado.
Os alimentos que reforçam o elemento Fogo são o milho, as couves de
Bruxelas, echalotas, cebolinhas, lentilhas vermelhas, morangos e framboesas. Os
alimentos ligeiramente amargos, como as folhas de dente de leão, a chicória, a
raiz de bardana, estimulam a função do coração e do intestino delgado.
Somente pequenas quantidades destes alimentos são necessárias, sobretudo
se forem consumidos regularmente. É desejável variar os sortidos de alimentos
fogo que comemos. O facto de apenas consumirmos um só grupo destes alimentos
poderá ter como consequência graves desequilíbrios, podendo desencadear uma
doença. Não esquecer que é preciso consumir estes alimentos dentro da sua
estação; é importante estar em harmonia com o envolvimento e o clima. Os
morangos, os rabanetes, os tomates não estão disponíveis no Inverno por uma boa
razão: são frutos da Primavera, que devem completar a alimentação numa só época
bem precisa do ano.
Uma atitude optimista face à vida
favorece também um bom funcionamento do coração e do intestino delgado. A fé e a gratidão são fonte de alegria.
2- O ELEMENTO SOLO
(TERRA) – ESTÔMAGO E BAÇO/PÂNCREAS
O açúcar refinado e os alimentos
muito ácidos fazem mal ao estômago e ao baço/pâncreas, sendo o consumo de
bebidas extremamente açucaradas mau para o baço/pâncreas.
Em contra partida, os alimentos
com gosto ligeiramente açucarado
favorecem um bom funcionamento do baço/pâncreas. As abóboras vulgares e a
abóbora japonesa Hokkaido reforçam o baço/pâncreas. Entre os cereais, é o
millet. As pessoas que têm problemas com os órgãos solo deveriam consumir muito
millet e abóbora.
Os sais minerais são também muito importantes para assegurar um bom
funcionamento destes órgãos. Como contêm minerais, todos os legumes são
favoráveis à função do estomago, do baço e do pâncreas. As folhas de couve
“collard” (legume do Sul dos EUA parecendo espinafres) ou couve “plume” ou
“Kale” (Europa), a consolda e as urtigas são as mais ricas em sais minerais,
sobretudo em cálcio.
O elemento solo é ainda mais
reforçado por uma boa mastigação da comida e a salivação que a acompanha. A
saliva pode ser extremamente alcalina, e o estomago extremamente ácido. Os
alimentos bem mastigados, ricos em saliva, penetram no estomago e tamponam os
ácidos do estomago, harmonizando assim o meio no interior deste. Os alimentos
condimentados ou ácidos e ainda por cima mal mastigados, tornam este meio ainda
mais ácido, o que pode com certeza trazer problemas de ventre podendo degenerar
em úlceras com o tempo.
3- O ELEMENTO METAL – PULMÕES E
INTESTINO GROSSO
O elemento metal é reforçado e estimulado pelo arroz integral, e pelos
numerosos legumes correntes, tais como as couves, couves-flor, aipos, pepinos,
agriões da fonte, nabos, rabanetes e cebolas. Segundo a medicina macrobiótica,
a raiz de gengibre, o rábano negro, o daikon, o alho e as folhas de mostarda
são todos eles ervas medicinais para os pulmões e intestino grosso. Os
alimentos com sabor picante, consumidos em pequenas quantidades, podem também
melhorar o funcionamento destes dois órgãos.
O exercício físico, como a marcha e a bicicleta, são igualmente
benéficos para os órgãos metal.
De uma maneira geral, as fibras beneficiam o conjunto do tubo
digestivo fazendo aumentar a duração do trânsito e desobstruindo-o dos velhos
dejectos, expulsando-os do sistema. Porque contêm fibras, todos os cereais e
todos os legumes sustentam e dinamizam o funcionamento do intestino grosso.
Pelo contrário, os alimentos de origem animal, sobretudo a carne
vermelha, são verdadeiros fardos para os intestinos e tornam o trabalha da
digestão mais difícil. As gorduras, sobretudo as provenientes da carne
vermelha, dos ovos, e dos queijos de massa dura, são a primeira causa do cancro
do cólon. A carne vermelha é extremamente difícil de digerir, sobretudo porque
não pode ser inteiramente mastigada na boca e também não pode certamente ser
correctamente decomposta nos intestinos. As pessoas que sofrem de afecções do
intestino grosso têm todo o interesse em evitar os alimentos muito difíceis de
digerir, particularmente no que diz respeito à carne.
Os pulmões são muito sensíveis
aos produtos lácteos e ao óleo. Os alimentos fritos, o leite, iogurte e outros
alimentos gordurosos ou oleosos tapam os minúsculos sacos de ar dos pulmões (alvéolos pulmonares), impedindo uma boa
oxigenação destes. Para os curar, é necessário um regime alimentar comportando
pouco óleo e gordura. Se tiverem tosse, evitem as anchovas (“blue-fish”), as
sardinhas e a cavala.
4- O ELEMENTO ÁGUA
– RINS E BEXIGA
Os alimentos que reforçam e estimulam um bom funcionamento dos rins
são os feijões e pequenas quantidades de sal. Muito sal, pelo contrário,
enfraquece os rins e cria hipertensão – convém utilizar este condimento em
quantidades moderadas. Todos os feijões e leguminosas ajudam a tonificar os
rins e a melhorar o seu funcionamento, mas os feijões Azuki de Hokkaido (os mais pequenos) estão sem dúvida entre
os mais eficazes nesta categoria de alimentos.
Entre os cereais, a cevada e o trigo sarraceno são os mais benéficos
para os rins; no que diz respeito aos legumes do mar, sobretudo as algas Kombu,
Hijiki, Wakame e Nori, têm todas elas a sua utilidade na melhoria do
funcionamento destes órgãos.
Se os rins estiverem fracos,
experimentemos a raiz de gengibre, que se pode beber em tisanas, comer como
legume, ou aplicar em compressas.
5- O ELEMENTO ÁRVORE
(MADEIRA) – FÍGADO E VESICULA BILIAR
Os alimentos gordurosos, as gorduras, o colesterol e o álcool em
excesso prejudicam o fígado e a vesicula biliar.
As pessoa que sofrem de cálculos
da vesícula biliar sentem geralmente uma dor aguda na zona situada por baixo do
peito. Muitas vezes a vesícula biliar é retirada cirurgicamente, mas os
cálculos podem ser eliminados naturalmente – podem ser dissolvidos na unidade
deste órgão por uma simples mudança de alimentação, reduzindo de maneira
drástica o consumo de gorduras e de carne rica em colesterol (ostras, pele das aves, pastas de fígado, banha
de porco, gordura de aves, etc.).
QUADRO
DOS 10 REGIMES DE GEORGES OHSAWA
Números
|
Cereais
%
|
Legumes
%
|
Sopas
%
|
Carnes
%
|
Saladas
%
|
Sobremesas
%
|
7
|
100
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
6
|
90
|
10
|
-
|
-
|
-
|
-
|
5
|
80
|
20
|
-
|
-
|
-
|
-
|
4
|
70
|
20
|
10
|
-
|
-
|
-
|
3
|
60
|
30
|
10
|
-
|
-
|
-
|
2
|
50
|
30
|
10
|
10
|
-
|
-
|
1
|
40
|
30
|
10
|
20
|
-
|
-
|
1
|
30
|
30
|
10
|
20
|
10
|
-
|
2
|
20
|
30
|
10
|
25
|
10
|
5
|
3
|
10
|
30
|
10
|
30
|
15
|
5
|
Um regime macrobiótico com dominância
pelos cereais integrais, com uma grande variedade de legumes, leguminosas, algas
e peixe deve poder fornecer todos os nutrientes necessários à manutenção ou ao regresso
a um estado de saúde perfeitamente satisfatório.
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