sábado, 4 de junho de 2016

Mais uma vez a DIETA Nº 7 de George Ohsawa

PRÓS E CONTRAS






DIETA Nº 7 DE GEORGE OHSAWA
PRÓS E CONTRAS

O REGIME Nº 7 não é um fim em si – deve marcar o início de uma profunda mudança do nosso modo de vida, e dos nossos hábitos alimentares segundo os princípios universais macrobióticos, caso contrário recairemos irremediavelmente doentes e desesperados.

G. Ohsawa idealizou um sistema muito eficaz para curar doenças através da dieta, tendo em conta o equilíbrio yin-yang dos alimentos.

O maior benefício da dieta Nº 7 é a sua capacidade de limpeza do organismo e capacidade de devolver o equilíbrio mental.

Porém, deve ser levada a cabo sob a supervisão de um conselheiro macrobiótico já que apesar dos seus grandes benefícios, também tem contra indicações (“quanto maior a face maior o dorso”).

Durante os 10 dias podem ocorrer descargas – dores de cabeça, expulsão de mucosidades, febre, … podendo ser aliviados com algum remédio macrobiótico caseiro segundo o caso e a necessidade.

George Ohsawa pretendia com esta dieta o que ele definia como “jejum”: “O verdadeiro jejum não consiste em abster-se de todo o alimento e bebida, ao contrário, consiste em aderir sem desvios (rigidamente, com disciplina) a tudo o que é indispensável à vida, e nada mais. Não podemos prescindir do ar, da água ou da luz, dos cereais, que estão na base da nossa existência. A dieta nº 7 é um convite a abandonarmos tudo o que não é absolutamente necessário à nossa sobrevivência durante 10 dias” (A dieta macrobiótica, George Ohsawa).

A dieta nº 7 consiste em consumir unicamente cereais integrais durante 10 dias, o tempo necessário que necessitamos para uma renovação do plasma do sangue ( o resto do sangue é renovado em 3 meses). Podemos comer arroz, cevada, aveia, millet, trigo sarraceno, porém o arroz integral tem o poder particular de limpar a fundo os nossos tecidos – é o cereal do intestino grosso e dos pulmões.

Considerando em geral a doença como um excesso de Yin, G. Ohsawa aconselhava esta dieta cuja função primária é yanguizar rapidamente o nosso organismo – por este motivo para que a yanguização seja efectiva há que reduzir os líquidos e evitar beber demasiado – limitando-nos a beber pouca quantidade de água (de preferência fervida, para potenciar o yang) ou chá Bancha, Kukicha ou, ocasionalmente o chá Mu – as pessoas que têm tendência para a hipertensão, nervos, insónias, é melhor evitá-lo já que este chá contém ginseng.

Não é aconselhável ainda a infusão de menta, particularmente yin (gosto doce, muito aromática, cresce muito rapidamente e requer muita água).

Os cereais serão cozinhados em água com um pouco de sal marinho integral, e nada mais. Pouco sal porque é muito yang e atrai yin e pode produzir demasiada sede. Absolutamente nenhum óleo, condimentos, etc. apenas um pouco de gomásio é permitido, mas de evitar pois a dieta Nº 7 é um retiro espiritual, um jejum para os sentidos e o gomásio dá-nos sabor – é quase um toque de sensitividade num processo tão essencial e zen.

A regra de ouro da dieta Nº 7 é a de mastigar entre 50 a 100 vezes cada bocado de comida – o mastigar além de pré digerir adequadamente o alimento, estimula a glândula pituitária (3º olho), ajudando o processo global do “jejum”.

Os primeiros dias são os mais difíceis, o 2º e o 3º em particular. Ao 4º dia começamos a sentir-nos leves e a partir do 5º dia a mente torna-se clara e lúcida.

Em cada refeição é aconselhável: 1 taça de arroz integral – ou outro cereal integral – e 1 taça de chá. Mastigar o mais que podermos, em silêncio se possível, concentrados no que estamos a fazer.
É muito importante depois da dieta voltarmos pouco a pouco à nossa alimentação, para não perdermos os benefícios obtidos – 3 a 4 dias de reajustes:
·         11º dia: cereal + sopa de miso + vegetais no vapor
·         12º dia: idem 11º dia + fruta cozida
·         13º dia: Juntar algo de proteína e condimentos

·         A partir do 14º dia: integrar o resto dos alimentos constantes na alimentação macrobiótica padrão (leguminosas, algas, …) ou seguir uma dieta prescrita por um conselheiro macrobiótico para uma doença concreta …

É preferível fazer a dieta Nº 7 nas estações intermédias: Primavera ou Outono quando as condições climatéricas não são extremas, para evitar eventuais tensões nervosas.

Se utilizarmos esta dieta como prática espiritual é melhor comer só o arroz integral: 1 taça de arroz e 1 taça de chá por refeição e mastigar 100 vezes cada bocado – o mínimo necessário (em quantidade) – podemos juntar 1 colher de chá de gomásio ligeiro, dormir o menos possível, não ficar na cama, sermos activos física e mentalmente.


Por outro lado, a “Macrobiótica Actual” parece não acreditar em mono dietas … considera a “culinária macrobiótica antiga de G. Ohsawa” yanguizante, seca e fechada – quem as segue sente-se tão yang e ansioso que compensará com yin extremo (álcool, doces, …), podendo tornar-se bulímicos galopantes.


AUTORES DE REFERÊNCIA:
Clara Castellotti
Gérard Wenker
Agnes Pérez

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