PRÓS E CONTRAS
DIETA
Nº 7 DE GEORGE OHSAWA
PRÓS E
CONTRAS
O REGIME Nº 7 não é um fim em si – deve marcar o início de uma profunda
mudança do nosso modo de vida, e dos nossos hábitos alimentares segundo os
princípios universais macrobióticos, caso contrário recairemos irremediavelmente
doentes e desesperados.
G. Ohsawa idealizou um sistema muito eficaz para curar doenças através
da dieta, tendo em conta o equilíbrio yin-yang dos alimentos.
O maior benefício da dieta Nº 7 é a sua capacidade de limpeza do
organismo e capacidade de devolver o equilíbrio mental.
Porém, deve ser levada a cabo sob a supervisão de um conselheiro
macrobiótico já que apesar dos seus grandes benefícios, também tem contra
indicações (“quanto maior a face maior o dorso”).
Durante os 10 dias podem ocorrer
descargas – dores de cabeça, expulsão de mucosidades, febre, … podendo ser
aliviados com algum remédio macrobiótico caseiro segundo o caso e a
necessidade.
George Ohsawa pretendia com esta
dieta o que ele definia como “jejum”:
“O verdadeiro jejum não consiste em
abster-se de todo o alimento e bebida, ao contrário, consiste em aderir sem
desvios (rigidamente, com disciplina)
a tudo o que é indispensável à vida, e nada mais. Não podemos prescindir do ar,
da água ou da luz, dos cereais, que estão na base da nossa existência. A dieta
nº 7 é um convite a abandonarmos tudo o que não é absolutamente necessário à
nossa sobrevivência durante 10 dias” (A dieta macrobiótica, George Ohsawa).
A dieta nº 7 consiste em consumir
unicamente cereais integrais durante 10 dias, o tempo necessário que necessitamos
para uma renovação do plasma do sangue ( o resto do sangue é renovado em 3
meses). Podemos comer arroz, cevada, aveia, millet, trigo sarraceno, porém o
arroz integral tem o poder particular de limpar a fundo os nossos tecidos – é o
cereal do intestino grosso e dos pulmões.
Considerando em geral a doença como um excesso de Yin, G. Ohsawa
aconselhava esta dieta cuja função primária é yanguizar rapidamente o nosso
organismo – por este motivo para que a yanguização seja efectiva há que reduzir
os líquidos e evitar beber demasiado – limitando-nos a beber pouca quantidade
de água (de preferência fervida, para potenciar o yang) ou chá Bancha, Kukicha
ou, ocasionalmente o chá Mu – as pessoas que têm tendência para a hipertensão,
nervos, insónias, é melhor evitá-lo já que este chá contém ginseng.
Não é aconselhável ainda a
infusão de menta, particularmente yin (gosto doce, muito aromática, cresce
muito rapidamente e requer muita água).
Os cereais serão cozinhados em água com um pouco de sal marinho
integral, e nada mais. Pouco sal porque é muito yang e atrai yin e pode
produzir demasiada sede. Absolutamente nenhum óleo, condimentos, etc. apenas um
pouco de gomásio é permitido, mas de evitar pois a dieta Nº 7 é um retiro
espiritual, um jejum para os sentidos e o gomásio dá-nos sabor – é quase um
toque de sensitividade num processo tão essencial e zen.
A regra de ouro da dieta Nº 7 é a de mastigar entre 50 a 100 vezes
cada bocado de comida – o mastigar além de pré digerir adequadamente o
alimento, estimula a glândula pituitária (3º olho), ajudando o processo global
do “jejum”.
Os primeiros dias são os mais
difíceis, o 2º e o 3º em particular. Ao 4º dia começamos a sentir-nos leves e a
partir do 5º dia a mente torna-se clara e lúcida.
Em cada refeição é aconselhável: 1 taça de arroz integral – ou outro
cereal integral – e 1 taça de chá. Mastigar o mais que podermos, em silêncio se
possível, concentrados no que estamos a fazer.
É muito importante depois da dieta voltarmos pouco a pouco à nossa
alimentação, para não perdermos os benefícios obtidos – 3 a 4 dias de reajustes:
·
11º dia: cereal + sopa de miso + vegetais no
vapor
·
12º dia: idem 11º dia + fruta cozida
·
13º dia: Juntar algo de proteína e condimentos
·
A partir do 14º dia: integrar o resto dos
alimentos constantes na alimentação macrobiótica padrão (leguminosas, algas, …)
ou seguir uma dieta prescrita por um conselheiro macrobiótico para uma doença
concreta …
É preferível fazer a dieta Nº 7
nas estações intermédias: Primavera ou Outono quando as condições climatéricas
não são extremas, para evitar eventuais tensões nervosas.
Se utilizarmos esta dieta como
prática espiritual é melhor comer só o arroz integral: 1 taça de arroz e 1 taça
de chá por refeição e mastigar 100 vezes cada bocado – o mínimo necessário (em
quantidade) – podemos juntar 1 colher de chá de gomásio ligeiro, dormir o menos
possível, não ficar na cama, sermos activos física e mentalmente.
Por outro lado, a “Macrobiótica Actual” parece não
acreditar em mono dietas … considera a “culinária
macrobiótica antiga de G. Ohsawa” yanguizante, seca e fechada – quem as
segue sente-se tão yang e ansioso que compensará com yin extremo (álcool,
doces, …), podendo tornar-se bulímicos galopantes.
AUTORES DE REFERÊNCIA:
Clara Castellotti
Gérard Wenker
Agnes Pérez
Clara Castellotti
Gérard Wenker
Agnes Pérez
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