quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A ENERGIA DOS ALIMENTOS




A ENERGIA DOS ALIMENTOS

Quando comemos, absorvemos a energia dos variados alimentos, que, por sua vez interagem com a nossa energia interna, modificando-a. A energia daí resultante poderá produzir um estado emocional diferente; ou produzir uma mudança na maneira de pensarmos, ou até levantar-nos o ânimo. Quanto mais tempo ingerirmos alimentos que transmitam um mesmo tipo de energia, tanto mais profunda e duradoura será em nós a sua influência. A energia proveniente de alimentos vivos é, naturalmente, mais benéfica que a energia proveniente de alimentos processados e desnaturados.

O que são os alimentos vivos
Considera-se que um alimento está vivo quando pode continuar a crescer. Por exemplo, se colocarmos cereais integrais, leguminosas secas ou sementes num pano húmido dentro de um lugar protegido da luz solar, germinarão. Se plantarmos uma fruta, possivelmente irá converter-se numa árvore; os legumes de raiz também podem ser replantados e dar início outra vez a um ciclo de crescimento; podemos conservar os legumes de folha verde submergindo os talos em água para que continuem vivendo. Por outro lado, nos alimentos fermentados tem lugar um micro processo onde prosperam enzimas vivas.
A energia de cada alimento é a soma total de tudo o que contribuiu para o seu crescimento. Actualmente é possível ver essa energia por meio da fotografia Kirlian. Os alimentos que já não estão vivos, como o peixe, a carne ou os produtos lácteos, ainda conservam energia vital, porém esta será menor que no caso dos alimentos que permanecem vivos até ao momento de os cozinharmos, que irá diminuindo com o decorrer do tempo. Igualmente, os alimentos processados possuem energia vital, porém é uma energia muito mais débil que a dos alimentos vivos.


FACTORES QUE INFLUENCIAM A ENERGIA DOS ALIMENTOS

A direcção em que crescem
Para cima, para baixo, para fora, na horizontal


O clima em que vivem
Tropical, temperado


A estação em que se desenvolvem
Primavera, Verão, Outono


Tipo e ambiente
Solo, água ou ar


A sua situação no ciclo de crescimento
Semente para uma nova vida ou completamente maduro


Onde crescem
Montanhas, planícies, solo rochoso, árvores, rios, mar


Desenvolvimento
Lento, rápido


A sua situação dentro do ciclo evolutivo
Primitivo, moderno


Alimentos locais
Alimentos tradicionais e naturais da zona


Mudar a nossa energia
O nosso corpo leva cerca de 10 dias para substituir a totalidade dos glóbulos brancos, de modo que se consumirmos alimentos de forte energia vital durante este espaço de tempo poderemos aumentar de modo significativo o nosso bem-estar. Em 4 meses, o nosso corpo substitui todos os glóbulos vermelhos, pelo que se seguirmos uma dieta curativa com esta duração produzir-se-ão mudanças mais profundas. Além disso, é um período de tempo suficiente para que possamos ter consciência como é sentirmo-nos de boa saúde. Em suma, poderemos reconstruir o corpo inteiro com base num certo tipo de energia e seleccionando os alimentos de acordo com o tipo de energia que desejamos promover.

A energia direccional dos alimentos
A direcção na qual crescem os diferentes alimentos também influencia a qualidade energética que nos transmitem. Quando os comemos, captamos parte da sua energia direccional, o que estimula a energia do corpo a mover-se nessa mesma direcção. Isto dá-se, sobretudo, com os legumes. Por exemplo, quando comemos legumes verdes como o aipo, a cebolinha ou a couve chinesa, a energia tende a mover-se para cima; estando a enviar-se mais energia para o coração e a cabeça, isso fará com que nos sintamos algo mais leves. Os legumes de raiz estimularão o assentamento da energia, pelo que se os consumirmos sentir-nos-emos fortalecidos na zona baixa do abdómen. Além disso, a energia tende a afastar-se da cabeça, o que vai favorecer o relaxamento, que sejamos mais práticos e que tenhamos os pés bem assentes na terra. Os legumes redondos dão origem a que a energia se expanda com suavidade, que produzirá uma sensação cálida de satisfação à volta do estômago. Os cereais cozinhados originam que a energia flua para dentro, enquanto os alimentos que tornam a energia ligeira, limpam.

As técnicas de preparação dos alimentos
Além dos ingredientes, as diferentes técnicas de preparação dos alimentos também influenciam no modo como flui a energia.
Cozinhar os alimentos no vapor estimulará um fluxo energético ascendente, fritá-los favorece o movimento da energia para fora, estufá-los em lume brando ajuda a que a energia desça; se utilizarmos uma panela de pressão tornaremos favorável o movimento energético centrípeto, e cozê-los estimula a fluidez. Por conseguinte, poderemos fazer um estufado de cenouras para estabilizar a energia ou cozinhar folhas verdes no vapor para favorecer a que a energia ascenda mais activamente.
Quando utilizamos os alimentos com fins curativos, temos a possibilidade de escolher os ingredientes e prepará-los de forma a que enviem energia vital saudável a certas partes do corpo. Por exemplo, podemos cozer folhas de couve no vapor para ajudar o corpo a superar uma congestão pulmonar, ou fritar cebolas para expandir a energia e, deste modo, estimular as zonas periféricas corporais. Inclusivamente existe a opção de utilizarmos uma combinação de energias: para estimular a mente, por exemplo, recomenda-se uma sopa de miso com cebola, couve chinesa e cebolinhas fritas, e se além disso juntarmos um pouco de gengibre ralado, a experiência será ainda mais intensa.

Os benefícios de cada estação
Foi o médico japonês Sagen Ishizuka quem primeiro propôs que comer alimentos de estação (da temporada) pode beneficiar a saúde. Deu-se conta de que, num clima temperado, os alimentos disponíveis em cada estação concreta são portadores da estrutura energética e biológica dessa estação e fazem-nos sentir em harmonia com as suas características climáticas. Isto aplica-se com facilidade às frutas: os morangos amadurecem em finais da Primavera; os damascos e os pêssegos estão no ponto no Verão; as amoras pretas aparecem no fim do Verão, ao passo que as peras e as maçãs estão prontas no Outono.
Com o decorrer do tempo, à medida que formos consumindo mais alimentos próprios de cada estação, começaremos a absorver a energia das estações com mais força e a estabelecer uma conexão mais poderosa com os ritmos da natureza. Isto, por seu lado, estimular-nos-á a adaptarmo-nos ao mundo em que vivemos, conceder-nos-á uma maior harmonia e fará com que nos sintamos mais flexíveis.

Algumas considerações acerca do clima
É certo que os alimentos que crescem de forma natural nos diversos climas encaixam perfeitamente com as pessoas que vivem nesses climas. De modo que, por exemplo, comer sobretudo alimentos tropicais e viver num clima frio não será o melhor para a saúde: o sangue poderia tornar-se demasiado fino, ou demasiado ácido, e faltar gorduras. Consumir alimentos próprios do clima em que vivemos permite-nos sentir mais em comunhão com as condições climatológicas de cada estação.

Os alimentos locais
Se desejarmos fortalecer a nossa relação com o meio ambiente, tentemos comer mais alimentos cultivados na zona (alimentos locais). Se a população local é saudável e com longa vida há várias gerações, poderemos acreditar que os alimentos tradicionalmente autóctones dar-nos-ão a energia e os nutrientes adequados para a nossa saúde. 


A DIRECÇÃO EM QUE CRESCEM OS ALIMENTOS

Para cima

Para fora

Para baixo

Horizontal







Alho francês

Cebolas

Cenoras

Pepino
Cebolinhas

Abóbora

Pastinagas

Raiz de lótus
Couve chinesa

Couve nabo

Daikon/rábano japonês

Curgete
Espargos

Nabos

Bardana


Folhas de couve

Repolho




Brócolos

Batatas




Couve flor

Batata doce




Salsa

Rábanos




Agriões

Gengibre






Alho






Ar, solo ou água
O meio em que se desenvolvem os alimentos também tem repercussões na energia que absorvemos comendo-os. As partes dos legumes que crescem acima do solo – como no caso dos legumes de folha verde, brócolos, couve-flor ou cebolinhas – absorvem a energia ampla e em constante mudança do ar, sobretudo se crescem no exterior ao ar livre e não numa estufa. Interagem com o ar e são estimuladas pelo Sol; também sofrem as mudanças de temperatura, assim como o vento e a chuva, a noite e o dia.
Aumentar o consumo de alimentos com esta qualidade energética pode ajudar-nos a equilibrar o nosso estado de ânimo, a aceitar as mudanças com melhor disposição e a adquirirmos uma perspectiva mais larga da vida.
Os legumes que se desenvolvem debaixo da terra alimentam-se num ambiente relativamente estável. A temperatura e a humidade influenciam as cenouras, as pastinagas, os rábanos e outros legumes deste tipo, porém estes factores mudam com relativa lentidão. Experimentemos consumir mais alimentos com esta qualidade energética para nos sentirmos com os pés mais assentes no chão e estáveis.
As algas e o peixe captam o fluxo e refluxo marinho. São expostos à luz solar, à noite e ao dia, porém estão submetidos a mudanças de temperatura lentas e breves. Nas algas esta energia tem uma qualidade elástica que nos ajudará a ser mais flexíveis, tenazes e tolerantes.







 


















Onde e como se cultivam os alimentos
O local onde cresceram os alimentos que consumimos também joga um papel importante no desenvolvimento da sua energia individual. A cenoura que teve que romper através de um solo rochoso terá uma energia diferente de outra cenoura que cresceu em solo bem lavrado e suave. A primeira desenvolveu uma energia tenaz e enérgica e, se comermos este tipo de cenoura com regularidade, também absorveremos em certa medida essa energia. Para aumentar a nossa força, experimentemos comer legumes com raízes retorcidas e assimétricas.
Os legumes de montanha, como o jinenjo, uma batata selvagem japonesa, possuem uma energia mais resistente e vertical em comparação com as cultivadas nas planícies.
Um peixe como o salmão selvagem terá um tipo de energia muito diferente do da lula. O salmão tem que nadar contra as correntes e saltar cascatas, ao passo que a lula nada em águas mais cálidas. Para uma situação em que tenhamos que defender o nosso ponto de vista pode ser conveniente o tipo de energia que proporciona o salmão, ao passo que para nos acalmarmos será melhor o da lula.
As frutas típicas de árvores frutíferas, como as maçãs, as ameixas, as laranjas e os limões crescem no alto, e isso confere-lhes um tipo de energia muito diferente ao do das frutas que se desenvolvem no solo. Ao estarem situadas a certa distância do solo, contêm uma energia propícia a deixar-nos afastados dos assuntos práticos quotidianos, de desenvolvimento da imaginação e duma espiritualidade mais elevada.

O ciclo de crescimento
Comer alimentos que estão no início do seu ciclo de crescimento, como as leguminosas, as sementes, os frutos secos e os cereais integrais, nutrir-nos-ão com uma energia associada ao princípio da vida. Esta energia juvenil é muito promissora e contém um espírito de que “tudo é possível”. Dispõe da energia necessária para o crescimento e a expansão. Georges Ohsawa dava muita importância ao continuarmos a manter, incluindo os adultos, a curiosidade e o desejo de questionarmos tudo como as crianças. Costumava usar a expressão non credo para referir-se a isso, que literalmente significa “não creias em nada”, ou por outras palavras: questiona tudo. Comer cereais e sementes ajudar-nos-á a redescobrir a sensação de surpresa e a dispormos do entusiasmo necessário para empreendermos novos desafios.
Alimentos como os legumes, o peixe e a carne alcançaram um grau de maturidade completo quando os comemos, sobretudo se não procedem de estufas nem tão pouco foram criados em cativeiro ou foram processados industrialmente, e transmitem uma energia que tem a ver com a sobrevivência. Absorver esta energia através dos alimentos, em especial através da carne ou do peixe provenientes de animais em liberdade, aumenta o reflexo de “luta ou fuga” e agudiza os nossos instintos de sobrevivência. Além disso, traz-nos maturidade que beneficiará e promoverá a experiência e a sabedoria da vida.
Existem outros alimentos dos quais comemos apenas a parte que alimenta as sementes durante o seu desenvolvimento. Por exemplo, a polpa de uma maçã alimenta as sementes; é uma espécie de comida para bebes. Isto, junto com os produtos lácteos de vaca ou de cabra, dá-nos o tipo de alimento que necessitamos durante os primeiros anos de vida. Acalmam, tranquilizam e nutrem.


ALGUNS EXEMPLOS DE ALIMENTOS VIVOS

Cereais integrais

Aveia, arroz, trigo, millet, cevada, maçaroca de milho, centeio, quinoa, amaranto, trigo sarraceno, kamute



Leguminosas secas

Lentilhas, feijão azuki, ervilhas, feijão mongo, feijão vermelho, feijão pinta, feijão manteiga, feijão frade, soja preto ou amarelo, feijão preto



Legumes

Legumes de folha verde, legumes de raiz, algas



Fruta fresca

Bagas, frutas de árvore como maçãs e peras, frutas de terra como melões e melancias



Sementes

Sésamo, girassol, abóbora, linho



Frutos secos

Amêndoas, avelãs, nozes, caju, nozes do Brasil (pacanas)



Produtos fermentados

Miso, shoyu, vinagres, iogurte, queijos frescos, tempeh, natto, pickles



Os tempos de crescimento
A velocidade a que cresce um alimento influencia a sua própria energia e, quando os ingerimos, também influenciará a nossa energia. Os rábanos, as curgetes, as abóboras e os pepinos crescem depressa e favorecem as mudanças energéticas rápidas. Os alimentos de crescimento lento repercutir-se-ão na nossa energia de maneira mais lenta, porém o seu impacto será mais duradouro.

Primitivos ou modernos ?
Consumir alimentos primitivos, como algas, mexilhões, amêijoas ou ostras, nutrirá a nossa energia com estímulos mais primários. Esta é a energia da sobrevivência e da reprodução, e, por conseguinte, este tipo de alimentos são ideais para fortalecer estes instintos. Os organismos simples da comida fermentada estimularão a nossa força interna primitiva. Estes alimentos são benéficos quando o que queremos é desfrutar do processo da vida.
As frutas são um exemplo de alimentos mais modernos. Comer fruta pode contribuir para elevar o nosso pensamento e proporcionam o nosso interesse pelo futuro.

Alimentos que nos beneficiam
Não devemos tomar nenhum destes conceitos como um “tudo ou nada”. Não se trata de que a nossa alimentação se vá basear exclusivamente em alimentos locais nem consumir unicamente produtos próprios do nosso clima e da estação.

Poderíamos experimentar consumir unicamente este tipo de alimentação durante algum tempo, ou simplesmente ter em conta os factores que melhor se adaptem às nossas necessidades actuais. Uma vez que adquiramos experiência, poderemos utilizar os princípios da Macrobiótica como e quando deles necessitarmos.




Autores de referência:
. Simon Brown





quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ÍNDICE GLICÉMICO DOS ALIMENTOS



O tempo que leva os alimentos a variar os níveis de açúcar no sangue exerce uma enorme influência na manutenção diária da nossa saúde. Foi o Dr. David Jenkins, do hospital St. Michael de Toronto, que iniciou a investigação sobre a classificação dos alimentos segundo a rapidez com que alteram essas modificações dos níveis de açúcar no sangue – o seu índice glicémico (IG).

O Índice Glicémico e a Carga Glicémica
O IG é um sistema que mede como actuam os alimentos ricos em hidratos de carbono nos níveis de açúcar no sangue. Quanto mais elevado for este índice, mais rapidamente terá a reacção no sangue, de modo que um IG baixo produz um aumento lento do açúcar, ao passo que um IG alto produz uma espectacular subida seguida de uma baixa de açúcar. Um IG de 55 ou menos é considerado baixo, um IG de 56 a 69, médio, e um IG de 70 ou mais é um índice alto.
A carga glicémica (CG) é outra maneira de calcular o impacto do consumo de hidratos de carbono, que tem em conta o IG, oferecendo porém uma visão mais ampla.
O IG apenas indica a rapidez com que os hidratos de carbono de um alimento concreto se convertem em açúcar, porém não nos diz quantos hidratos de carbono contem uma porção desse alimento. Na realidade, teríamos que conhecer ambos os dados para bem compreendermos como um alimento afecta o nível de açúcar no sangue. Por exemplo, os hidratos de carbono de uma melancia têm um IG alto, porém ao serem em pouca quantidade, a sua CG é relativamente baixa.
Uma CG de 10 ou menos é considerada baixa, uma CG de 11 a 19, média, e uma CG de 20 ou mais é alta.

IG e Saúde
As mudanças rápidas e frequentes dos níveis de açúcar no sangue aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e podem favorecer os derramamentos cerebrais e o aparecimento de afecções cardíacas. Para as pessoas que desejam controlar a diabetes através da alimentação, é de vital importância saberem com que alimentos é possível manter a estabilidade dos níveis de açúcar. Além disso, frequentemente um aumento brusco do nível de açúcar é seguido de uma diminuição igualmente brusca, dado que o pâncreas segrega insulina para que o corpo possa reduzir o açúcar no sangue e armazenar os açúcares sobrantes. Consequentemente, isto pode gerar um desejo urgente de comer doces, e geralmente faz com que durante o dia se produzam drásticos altos e baixos do açúcar, padrão este que normalmente leva ao excesso de peso. É mais fácil perder peso, ingerindo alimentos que promovam uma elevação lenta e gradual dos níveis de açúcar. Também se podem obter resultados similares seguindo simplesmente uma dieta constituída por alimentos de baixo ou moderado IG.

Os efeitos dos alimentos com alto IG
Além disso, segundo uma abordagem macrobiótica, há que abordar outros dois importantes aspectos: os efeitos energéticos dos alimentos açucarados no corpo e a influência dos níveis instáveis de açúcar nas emoções.
Quando o nível de açúcar no sangue atinge um máximo, é normal sentirmo-nos hiperactivos, dispersos e ligeiramente descontrolados, ao passo que durante uma baixa do açúcar podemos ficar deprimidos e pessimistas.
 As mudanças bruscas dos níveis de açúcar no sangue parecem afectar particularmente as crianças, e provocam lágrimas e birras seguidas de retraimento.

Dados de interesse sobre o Índice Glicémico
1
Os cereais integrais têm um IG menor que os cereais processados. Por exemplo, o arroz branco tem um IG de 64, ao passo que o IG do arroz integral é 55.


2
O IG do arroz integral pode ser reduzido enormemente quando misturado com cevada integral.


3
Os cereais expandidos, como as galetes de arroz ou os cereais de pequeno-almoço de arroz expandido, têm um IG muito mais alto que o cereal integral original.


4
Quanto mais tempo se cozinha um alimento, mais alto será o seu IG. Por exemplo, se fervermos esparguete em água durante 11 minutos, o IG será 59, ao passo que se o fervermos durante 16,5 minutos, o IG será 65.


5
A maior parte dos vegetais tem um IG demasiado baixo para ser significativo.


6
Cozinhar no forno ou fritar alimentos eleva o seu IG. As batatas têm um IG de 85 se cozinharmos no forno e de 75 se as comermos fritas, e de 50 se as cozermos.

O nível ideal
Manter níveis estáveis de açúcar no sangue é há muito tempo um importante objectivo para os praticantes da macrobiótica.
Os alimentos com um IG de 55 ou menos são considerados os ideais – o que acontece com quase todos os alimentos vivos e integrais (ver tabelas abaixo). As excepções são o Millet, os damascos, as uvas passas, a melancia, as leguminosas em geral, a abóbora, a beterraba, as batatas, as batatas-doces, e a couve rábano.
De todo o modo, outro elemento que devemos considerar é a CG da comida, isto é, a quantidade de hidratos de carbono de um alimento que se vai converter em açúcar no nosso sangue. Se a CG de um alimento é 10 ou menos, considera-se baixa. Deste modo, os damascos, a melancia, as leguminosas, a abóbora, a beterraba ou a couve rábano na realidade não provocam um aumento do açúcar especialmente rápido, já que não contêm hidratos de carbono suficientes para que isso aconteça.

A resposta do corpo

A questão do IG é complexa e não pode ser generalizada, pois as pessoas têm reacções diferentes face à comida. A resposta do corpo aos alimentos pode variar em função de vários factores, tais como: idade, nível de actividade, níveis de insulina, o momento do dia, a quantidade de fibra e gorduras existentes na comida, se os alimentos estão processados, a proporção de hidratos de carbono no que diz respeito a gorduras e proteínas nos alimentos, como foram cozinhados e o metabolismo de cada pessoa.







Autores consultados:
Simon G. Brown





quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

SÓDIO e POTÁSSIO na ALIMENTAÇÃO

Na raiz das suas investigações, Sagen Ishizuka chegou à conclusão de que o equilíbrio dos sais de sódio (Na) e potássio (K) no corpo joga um papel determinante na saúde, e que a alimentação é o factor principal para manter este equilíbrio.

Quais são os benefícios ?
Uma dieta com um bom equilíbrio de sódio e potássio contribui para que os músculos funcionem como é devido – ainda que realizar exercício físico intenso pode exigir mais alimentos ricos em potássio. Mas além disso, será mais fácil ao corpo poder manter o equilíbrio ácido e electrolítico ideal:
Os electrólitos
O Potássio, o Sódio e o cloreto pertencem à família dos electrólitos. Recebem este nome porque são condutores de electricidade ao serem dissolvidos na água. Estes sais minerais trabalham estreitamente unidos no corpo. O potássio é especialmente importante na regulação da actividade muscular e nervosa. A frequência e o grau da contracção muscular, assim como o nível de excitação nervosa, depende da adequada quantidade de potássio no organismo.

Sintomas de deficiência de Potássio
·         Debilidade muscular
·         Confusão
·         Irritabilidade
·         Fadiga
·         Problemas de coração
·         Diarreia crónica
As fontes típicas de sódio nas dietas macrobióticas são o sal, o miso, o shoyu, os pickles, a tekka, a ameixa umeboshi e as algas.

Boas fontes de Potássio
As frutas e os legumes são boas fontes de potássio, porém dado que o potássio é solúvel na água, deveriam comer-se cruas ou ligeiramente cozinhadas – escaldadas durante 1 minuto ou menos, cozidas ligeiramente no vapor ou salteadas. No caso dos espinafres, foi demonstrado que os níveis de potássio diminuíram cerca de 56%  após terem sido escaldadas durante vários minutos.
Também podemos tomar os legumes em sopas ou bebidas quentes. A infusão de salsa, por exemplo, conserva o seu conteúdo de potássio na água.

O equilíbrio de Sal
Se houver demasiado sal na nossa dieta, é possível que tenhamos um desejo urgente de beber mais líquidos e de comer frutas e sobremesas, numa tentativa do corpo para restabelecer o equilíbrio adequado.
Por isso, se o que queremos é perder peso ou conservar níveis estáveis de açúcar no sangue e evitar os alimentos muito açucarados, é importante reduzirmos drasticamente a ingestão de alimentos ricos em sódio.
No entanto, é igualmente importantes não passar para o outro extremo – o ideal seria tomar regularmente pequenas quantidades de alimentos ricos em sódio todos os dias. Poderemos juntar meia colher de café de Miso à sopa ou juntar uma pitada de sal marinho à água de cozinhar os cereais integrais.
Outra opção é ingerir uma porção de pickles, ou incorporar no prato principal uma tira de 5 cm de qualquer tipo de alga; de igual modo, temos a possibilidade de juntar aos pratos uma colher de café de shoyu.
Uma vez por semana, inclusivamente, poderemos experimentar polvilhar uma pequena pitada de tekka ou shiso em pó no cereal que vamos comer, ou incluir azeitonas e uma pitada de ameixa umeboshi como condimento.
Estas são apenas sugestões gerais.
Em todo o caso, deveremos diminuir a ingestão de sal se nos sentirmos tensos, stressados ou agressivos. Também seria conveniente reduzir o sal se sentirmos um desejo irresistível de comer doces ou se padecermos de hipertensão.

O Sal Marinho
É melhor certificar-nos que o sal que consumimos é de boa qualidade.
Devemos usar sempre sal marinho e utilizar uma variedade de uma marca fiável, já que os várias tipos de sal têm diferentes propriedades e transmitem energias diversas.

Como seres humanos somos fruto de uma evolução que tem as suas origens no mar – captar a energia de alimentos ricos em sódio estimula os nossos instintos mais primários. Estes alimentos avivam a nossa memória biológica mais profunda e ajudam-nos a sentir um maior contacto com as necessidades básicas de sobrevivência e reprodução. Os alimentos fermentados, que são ricos em sódio, transmitem esta energia de maneira mais potente. Podemos optar por tomar miso, shoyu e pickles para intensificar a influência desta energia ancestral.





Autores consultados:
Simon G. Brown


ÁCIDO E ALCALINO




O equilíbrio da relação ácido-alcalino nos alimentos da nossa dieta diária, é a chave para uma boa saúde, algo que os pioneiros da Macrobiótica Moderna (George Ohsawa e também Sagen Ishizuka) descobriram muito cedo (finais do sec.XIX, princípios do sec.XX).


Ácido versus Alcalino
Numa dieta macrobiótica baseada em alimentos vivos e integrais, os cereais e algumas leguminosas, como as lentilhas, acidificam o sangue, enquanto os legumes/vegetais e as frutas o alcalinizam – por esta razão, é importante consumir diariamente uma quantidade similar de cereais e legumes/vegetais.
Se incluirmos peixe, produtos lácteos e carne na nossa dieta, a nossa alimentação torna-se mais ácida e aumenta a necessidade de alimentos alcalinos.
A comida “lixo” (de “plástico”), o tabaco e o álcool têm todavia um impacto mais acidificante na dieta.
Sagen Ishizuka (médico militar japonês do final do sec. XIX que curou Georges Ohsawa) afirmava que um excesso de acidez geralmente provoca uma deterioração da saúde. Quando comemos mais alimentos alcalinos, o corpo pode criar uma reserva de minerais, porém se a nossa dieta é demasiado ácida, o organismo utilizará esta reserva para recuperar o equilíbrio. E devido a que os minerais como o Fósforo saem directamente dos ossos, isso poderia produzir debilidade óssea e um agravamento da artrite.
Além disso, é sabido que um estado geral de acidez potencia as dores de cabeça e o risco de cancro, e diminui a resistência às infecções.

Conseguir um bom equilíbrio
É muito mais simples para o corpo equilibrar os efeitos dos alimentos que se encontram à volta da neutralidade, do que tratar de equilibrar a influência de outros mais extremos. E ainda que uma classificação de alimentos ácidos e alcalinos não seja suficiente para criar uma dieta equilibrada, pode ser-nos útil para nos certificarmos de que a nossa alimentação inclui quantidades adequadas de ambos os grupos.
Poderíamos começar por comer quantidades similares de cereais e legumes, e depois tratar de juntar outros alimentos, tanto ácidos como alcalinos.
Por exemplo, se comermos mais peixe, convém que diminuamos ligeiramente os cereais e aumentemos a ingestão de verduras ou frutas. Também poderíamos juntar limão ou uns bocaditos de amêndoas.
Se costumamos tomar café ou bebidas alcoólicas, tentemos introduzir na dieta mais alimentos alcalinos.
Para potenciarmos os alimentos alcalinos na nossa alimentação, recomenda-se tomar uma ração diária de sopa de Miso (pasta fermentada de soja com um cereal) com verduras e algas; também poderíamos utilizar mais o Millet e consumir menos outros cereais, ou comer melão à sobremesa; além disso, poderemos preparar Tofu mais vezes em vez de leguminosas, beber “Chá de 3 Anos (Kukicha)” ou infusões, e tomar sumos de verduras ou frutas acabados de espremer.

O efeito da comida diária
Não é fácil fazer uma classificação fiável de alimentos ácidos e alcalinos, porque alguns alimentos que parecem ácidos, como o limão, actuam no nosso corpo como alcalinos. Os tomates, por exemplo, consideram-se ligeiramente alcalinos (quanto mais maduros, mais alcalinos), porém quando o estômago não produz suficientes ácidos ou a glândula tiróide não funciona com normalidade, tornam-se ácidos; depende do estado do nosso sistema digestivo.
As tabelas abaixo, proporcionam um amplo guia no que diz respeito à acidez-alcalinidade de muitos alimentos básicos, de acordo com a influência que exercem no nosso corpo.



“Um aparelho digestivo em boas condições, saudável e equilibrado, é capaz de processar de vez em quando, um pequeno volume de alimentos formadores de ácidos, mucosidades e gorduras. Porém, se consumidos em excesso ou diariamente, os alimentos extremos que se indicam podem levar a uma produção excessiva de mucosidades, gordura, acidez … e já sabemos o que pode acarretar a acumulação de gordura, acidez ou mucosidade dentro do nosso corpo." - Mercedes Calavia











Autores consultados:
Simon G. Brown
Mercedes Calavia