CEREAIS INTEGRAIS
A CEVADA – a grande
esquecida …
A cevada é um cereal altamente
recomendável, devido às excelentes propriedades terapêuticas e nutricionais,
sobretudo na Primavera-Verão já que nutre, relaxa e refresca o fígado e
vesícula biliar. Deve incluir-se na lista dos cereais de uso regular, em
paralelo com o arroz integral (cereal mais equilibrado e desintoxicante), o
Millet (grande aporte energético) e a Quinoa (mesmo não sendo um cereal é muito
digestivo e ligeiro).
Adapta-se muito
bem aos diferentes climas.
A cevada é untuosa quando se
mastiga, extremamente digestiva e nutritiva. Hipócrates, o pai da medicina
ocidental, recomendava as sopas de cevada para restituir a vitalidade aos
convalescentes e modelava a sua ração em função da doença. Jesus distribui pães
de cevada como prato principal aquando do Sermão da Montanha e na Última Ceia.
Existem vários tipos de cevada.
Os mais conhecidos são: a cevada de grão normal; a cevadinha (mais pequena, de
sabor mais leve e mais fácil de cozinhar); no extremo Oriente existe ainda uma
variedade especial de cevada integral, a chamada “cevada pérola ou Lágrima de
Jacob”, cujo grão é mais pequeno, mais branco e mais compacto que o da cevada
normal. Particularmente deliciosa e calmante, a cevada pérola é
tradicionalmente utilizada pelas suas propriedades medicinais. É utilizada
ocasionalmente, não só pelo seu elevado preço, mas também pelo seu poder de
limpeza do organismo (Exº do caso do tratamento para o cancro que se utiliza
apenas uma a duas vezes por semana). Não confundir esta variedade com a “cevada
perolada” polida agro-alimentar, que perdeu a maior parte das suas vitaminas e
minerais.
A cevada é um cereal indicado
para o relaxamento e para o bom funcionamento do fígado, auxiliando-o na
digestão dos alimentos mais pesados e mais ricos em gorduras. Bom para as
pessoas muito tensas e irritáveis (pessoas com “maus fígados”).
Pode encontrar-se em grão, flocos
e farinha. A sua acção é mais eficaz em grão. Pode ainda encontrar-se em grão
tostado para confeccionar chá (Mugi cha), que sabe a café, com acção relaxante
– tostar o grão até ficar com cor castanha e ferver em água da fonte durante 10
minutos.
A cevada tem um gosto mais ou
menos suave e pode utilizar-se em sopas, estufados, salteados com vegetais ou
como prato principal (cozido em mistura com o arroz integral ou outros cereais).
É utilizado ainda na fabricação de pão, brioches e outras preparações no forno
e de cervejas e outras bebidas alcoólicas.
Para ficar macia deve demolhar-se
durante 5 ou 6 horas, antes de cozinhar.
A sua untuosidade reforça a
consistência dos pratos e dá um ligeiro toque refrescante sobretudo no Verão
durante os meses de calor.
Pode também juntar-se aos pratos
de legumes, dando elasticidade, como a abóbora e as couves.
CARACTERÍSTICAS
NUTRICIONAISN DA CEVADA
Originária da Ásia ocidental e da
África norte-oriental, a cevada é um dos cereais mais antigos no mundo enquanto
produto alimentar humano e cultiva-se há milhares de anos, tanto no Oriente
como no Ocidente.
Foi o principal alimento de base – e a principal produção –
do Egipto (no tempo dos faraós), da Grécia e da Roma antigas, da época da Terra
Santa e do Tibete.
Tem mais proteína e menos glúten
que o trigo. A mistura que se faz em certas regiões de farinha de cevada com
farinha de trigo para o fabrico do pão, é altamente benéfica, torna o pão mais
compacto e macio, e enriquece-o com
mais proteína (lisina).
É uma boa fonte de inositol, que evita a rigidez dos
capilares, tonifica o coração, regula o colesterol, evita a acumulação
de gorduras no fígado, protege o sistema nervoso e combate a ansiedade e a
depressão. Também contém
vitaminas do grupo B, ácido fólico, colina e vitamina K.
No que respeita a minerais a
cevada é boa fonte de potássio, magnésio e fósforo. Porém a sua maior riqueza é
em oligoelementos: ferro, enxofre, cobre, zinco, manganésio, cromo, selénio,
iodo e molibdeno.
Além disso, a cevada contém outras substâncias benéficas,
como os lignanos, antioxidantes e protectores do cancro.
PROPRIEDADES
DA CEVADA
É emoliente, reconstituinte,
digestiva, diurética, desintoxicante, tónica, ligeiramente vasoconstritora,
anti-inflamatória, laxante, alcalinizante, anticéptica, mineralizante e
galactagoga (incrementa a produção do leite).
É um cereal muito digerível
quando bem cozinhado. Estimula o sistema neurovegetativo, sendo aconselhada
como tónico nervoso e cardíaco. Útil tanto para o trabalho físico como
intelectual.
É indicado para as curas
hepáticas da Primavera. Além disso é desintoxicante, sobretudo a nível
estomacal, intestinal e pulmonar. No gérmen possui uma substância – hordeina –
que actua como anticéptico intestinal, sendo indicada nas enterites, colites,
diarreias, cólera e infecções várias. A água de cevada – macerar 50 g num litro
de água e ferver durante 15 a 20 minutos, coar, pode-se adoçar com melaço ou
mel de cereal – é um remédio popular que se utilizava contra a tuberculose e
afecções intestinais. Também é útil para desintoxicar o baço e os rins.
Nos EUA descobriram na cevada a
presença de substâncias inibidoras (tocotrienóis) que bloqueiam a produção
hepática de colesterol LDL (considerado como “mau”). O efeito anticolesterol da
cevada é potenciado pelo seu conteúdo em fibra solúvel (beta glucanos). Esta
fibra também protege as mucosas intestinais irritadas e é responsável pelo
efeito hipoglicemiante, em associação com o seu bom conteúdo de cromo.
Também se tem falado do efeito
anticancerígeno da cevada, sobretudo a nível do aparelho digestivo, devido à
presença de certas enzimas. Também a actividade digestiva geral é tonificada
pelo seu conteúdo enzimático (diástases), razão pela qual se a aconselha na
alimentação de crianças, idosos e convalescentes.
A Universidade de Telavive
(Israel) comprovou a propriedade laxante da cevada: a ingestão diária de 1/3 de
taça cozinhada, foi suficiente para que 79% dos doentes eliminassem a prisão de
ventre. Isto deve-se ao bom conteúdo de fibra solúvel, imprescindível para o
equilíbrio da flora intestinal.
Resumindo, o consumo de cevada é
indicado para: nefrite, cistite, próstatite, afecções pulmonares, gastrite,
acidez, colesterol elevado, anemia, convalescenças, debilidade, infância,
arteriosclerose, afecções coronárias, diabetes, depressão, ansiedade, prisão de
ventre, menopausa (aporta fito hormonas de efeito estrogénico), tumores
(especialmente do estômago e do cólon), dispepsia, osteoporose, lactância,
rigidez articular, edemas, reuma, stresse, problemas hepáticos e biliares.
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