O JEJUM INTERMITENTE
Por: Jérémy Anso (http://www.dur-a-avaler.com/faire-un-jeune-intermittent-article-invite/)
O jejum intermitente é uma arma
ancestral cujos segredos vou deixar-vos aqui, a fim de transformar a vossa vida
e colocar todas as chances do vosso lado para estarem de boa saúde. Ireis
descobrir que o jejum intermitente é uma via real para economizar dinheiro e
tempo e melhorar significativamente o vosso estado de saúde. Este método “moderno”
é de facto o resultado de uma longa cadeia evolutiva herdada dos nossos
antepassados. Há milhares de anos, os nossos antepassados jejuavam por
intermitência. Este comportamento evolutivo desenvolvido ao longo de milhares
de gerações está idealmente adaptado ao nosso organismo. O jejum intermitente confere energia e
dinamismo para as longas jornadas de trabalho e igualmente descontracção e
relaxação nas vossas noites de sono. Sigam este método que está inscrito em
cada um de vocês, e economizarão, pelo menos, 3.000 euros por ano. Terão ao vosso
dispor 1 hora livre todos os dias, até mesmo mais, para as vossas actividades
favoritas. E bem mais, desfrutareis de um prazer sem nome, sinónimo do fim do vosso
encarceramento na nossa sociedade de consumo, a liberdade.
As
bases do jejum intermitente
O jejum intermitente, Intermittent Fasting (IF) em inglês, é
uma forma de jejum muito mal conhecida e muitas vezes confundido com o jejum
terapêutico. Este método não consiste em jejuar 1 semana ou mais sem
actividade, tendo como único reconforto o líquido de um caldo de legumes. Ireis
jejuar menos tempo – entre 16 e 24 horas – mas regularmente: 3, 4 ou 6 vezes
por semana.
Escolha
a sua “janela” ideal
Os seus dias dividir-se-ão doravante em dois grandes períodos:
1. Um
período de jejum – 16 horas neste exemplo
2. Um
período para se alimentar – 8 horas
Deverá agora escolher onde
colocar a sua “janela” de 16 horas de jejum, segundo as suas preferências e as
suas disponibilidades.
Cada um deverá ajustar a sua
janela em função dos seus imperativos. Se você começar a comer a partir do meio-dia
(com os colegas), comerá a sua última “bucha” do dia antes das 20 horas.
Cabe-lhe a si fazer os ajustamentos necessários no dia-a-dia.
Qualquer que seja a sua escolha,
você jejuará sempre 8 horas – em média – na sua cama e deverá colocar as restantes
8 horas durante o dia. Se for de manhã você irá dormir de “barriga cheia”. Se
for de tarde, irá para a cama de “barriga vazia”.
Se decidir jejuar de tarde, o problema é seu. Mas deverá
saber que dormir de barriga vazia é bem mais difícil de gerir do que de
barriga cheia. A maioria das pessoas faz o jejum intermitente saltando o
pequeno-almoço. Falo por experiência, experimentei os dois métodos para
verificar estas afirmações. Resultados ? Fiz 3 meses de jejum deitando-me
depois de ter comido, ao passo que nem 3 dias jejuei sem comer nada durante a
tarde !
“
3 refeições diárias ”
Hoje em dia, as sacrossantas
“3 refeições diárias” são pilares da nossa sociedade de consumo. Dão-nos orientações
nutricionais e melhoram a coesão social. Falso ! 1/3 das famílias francesas
comem em cima do joelho, na rua, sozinhos, sem respeitarem as mais
pequenas recomendações nutricionais.
E devemos juntar a isto os
lanches e as merendas antes do almoço e do jantar. Rapidamente daremos conta da
omnipresença da comida nas nossas vidas, do tempo e do dinheiro que é preciso
consagrar-lhe todos os dias.
Em casa, contai com 20 minutos
para comer (bem) e outro tanto para preparar a refeição. Juntai o lavar da
louça e o tempo para digerir, e atingirá facilmente 1 hora ou até mais. Poucas
pessoas dispõem de uma hora de manhã, para fazer isto tudo. Ficareis mal comido
ou cheios de pressa, deixando a louça para mais tarde, ou decidireis comer 2
pães com chocolate na rua (provavelmente a pior das escolhas).
A
manhã foi feita para si
Utilize esta margem horária, por fim livre de toda a responsabilidade
alimentar, para fazer o que sempre quis fazer:
·
Fazem-lhe falta 30 minutos diários de exercício
físico para esculpir o seu corpo ?! Pode fazê-lo. Faça as suas 5 séries de
exercícios de musculação e parta vaidoso para o trabalho com esta nova
disciplina.
·
Anda à procura de tempo para escrever uns
artigos no seu blog ? Gaste 45 minutos de manhã para as suas pesquisas e
escritas e passe a noite com a sua família.
·
Muito simplesmente, dormir mais uma hora
torná-lo-ia feliz ? Aí a tem.
·
Há já 1 ano que deseja meditar 30 minutos ao
acordar ? Daqui por diante já é possível.
Uma infinidade de possibilidades
abrem-se diante de si, redescubra a felicidade de fazer a sua actividade
favorita ou de encontrar uma. Mas sobretudo, livre-se do horror das tarefas
domésticas ao acordar, das nódoas de doce na camisa e das indigestões matinais.
Tempo
é dinheiro
E toda a gente o sabe. Jejuar
durante 16 horas, é reduzir mecanicamente o seu consumo de alimentos de 20 a
30%.
Mas e para a carteira ? Uma baixa
de 20 a 30% do seu consumo fá-lo-á economizar 1.900/ano ou seja 19.000 euros em
10 anos !
2.000 euros do orçamento
alimentar desaparecem todos os anos em snacks e restaurantes em refeições já
cozinhadas. Estas refeições são principalmente encomendadas durante a pausa do
almoço e são evidentemente mais caras do que as mesmas refeições preparadas por
si próprio. Imagine agora que tinha 30 minutos livres de manhã para preparar um
almoço económico, saudável e ao seu gosto ? Faça-o, e espere reduzir 600 euros às
suas despesas por ano, ou seja, 6.000 euros em 10 anos (VER a Referência 1 no fim do artigo).
A partir do momento em que tenha
tempo livre, terá a possibilidade de trabalhar para si. Poderá aumentar a sua
produtividade, as suas criações de obras ou coaching à distância, por exemplo.
Tudo isto contribui para aumentar a sua estima pessoal, o seu capital pessoal e
talvez mesmo a sua conta bancária, mesmo se este último ponto for inapreciável.
A
saúde é um bónus
O jejum intermitente é
desconhecido do grande público mas não dos cientistas. É bem mesmo ao
contrário. Numerosos anos de observações, de experiências e de resultados,
provam a eficácia do jejum intermitente para melhorar a sua saúde … a todos os
níveis (VER as Referências 2, 3, 4,
5 no fim do artigo).
O jejum intermitente protege
eficazmente as células nervosas do cérebro contra as degenerescências
(desgastes oxidativos), e mais particularmente, contra a doença de Alzheimer e
de Parkinson. Mas não apenas, o jejum intermitente aumenta a secreção de uma hormona
– a adiponectina – que previne eficazmente os riscos de enfarte, inflamações e isquémias
do miocárdio.
Esta prática restabelece um melhor controlo da
glicemia (taxa de açúcar no sangue) graças a uma sensibilidade acrescida das
células à insulina. Esta hormona é fundamental ao bom funcionamento do
organismo. Se estiver em concentração muito elevada, vai levar a um grande
aumento de peso e um risco acrescido para fazer diabetes melito. O jejum
intermitente baixa as concentrações muito elevadas de insulina, e diminui a
morbilidade. Adicionalmente, a secreção GH (Growth Hormon), a hormona de
crescimento “queima-gorduras”, é acrescida de 2.000% no homem e de 1.300% nas
mulheres.
Se decidir saltar o pequeno-almoço,
a janela óptima, irá estimular o seu sistema nervoso simpático – em lugar do
parassimpático – que irá aumentar o seu estado de vigilância, a sua resistência
ao stress e a sua utilização das reservas adiposas (massa gorda). Resultados ?
Um ganho de energia até à primeira refeição do dia, uma eficácia acrescida no
trabalho, menos sonolência, nenhum problema digestivo e um retorno progressivo ao
seu peso ideal.
Ultimamente, o jejum intermitente
luta eficazmente contra as doenças da velhice. Ele retarda e até suprime mesmo
os efeitos da idade e do envelhecimento. Por fim, e não menos importante, a
esperança de vida fica aumentada.
Praticar o jejum intermitente, é
apostar numa saúde de ferro. O seu médico será posto de parte e todas as
despesas – pelo menos 500 euros/ano, sejam 5.000 euros em 10 anos – irão com
ele.
O
medo da barriga
“É preciso comer para viver”. Hoje,
esta frase não tem verdadeiramente sentido. A espécie humana suplantou as leis da
natureza, nós sobre produzimos bens alimentares. O acesso aos alimentos é ultra
facilitado para nos levar a consumir, cada vez mais. Estamos em vias de “viver para
comer”.
A maior parte de entre vós pensa que
é imperativo tomar o pequeno-almoço para não cair para o lado no escritório às 11
horas da manhã devido a uma hipoglicémia. A maior parte de entre vós pensa que jejuar
16 ou 24 horas vos irá reter na cama, e obrigará o vosso organismo a devorar os
músculos ou os órgãos vitais.
A indústria agro-alimentar conseguiu
a incrível façanha de vos dar cada vez mais calorias, mais comida, e de vos fazer
crer que ainda não comem o suficiente.
A alimentação irá doravante tornar-se
numa ferramenta, que receberá um mínimo de atenção para um máximo de resultados.
Ousará
dar o passo ?
Não existe apenas um método de jejum
intermitente, mas uma multitude de combinações segundo os vossos gostos e disponibilidades.
Pessoalmente, eu jejuo 16 horas por dia, das 22 horas às 14 horas, de segunda a
sexta feira. No sábado e domingo, são refeições em família, refeições improvisadas,
quero a minha liberdade.
Um outro método ? Existe um jejum
intermitente muito célebre – o Fast 5
– que requer uma grande disciplina, e que consiste em jejuar 19 horas por dia. Ideal
para restabelecer uma silhueta de sonho. Podeis igualmente jejuar 2 x 24 horas por
semana, não mais. Resultados garantidos.
Mas o jejum intermitente, é sobretudo
fácil. Mesmo que você coma de 3 em 3 horas, o corpo habitua-se muito rapidamente
(em 3 dias no meu caso) às mudanças de ritmo. Porquê ? Nós somos pré dispostos a
jejuar por intermitência todos os dias desde a noite dos tempos. Os nossos antepassados
alimentaram-se desta maneira durante milhões de anos, em que uma única refeição
por dia, à noite e em família, era a norma.
Hoje, as nossas tradições e os nossos
costumes mudaram muito, mas as nossas funções vitais e o nosso funcionamento óptimo
estão conservados no fundo de cada um de nós.
O jejum intermitente devolve-nos as
nossas armas ancestrais para lutarmos contra os flagelos da sociedade de consumo
moderna, e pelo menos 3.000 euros de economia por ano para investirmos onde desejarmos.
O que espera para experimentar ?
Referências
1. Insee, inquérito orçamental das famílias, 2006.
2. Martin, B., Mattson, M.P. & Maudsley, S.
2006. Caloric restriction and intermittent fasting: Two potencial diets, for successful
brain aging. Ageing Research Reviews, 5, 332-353.
3. Masoro, E.J. 2000. Caloric restriction and aging:
an update. Experimental Gerontology, 35, 299-305.
4. Mattson, M.P. & Wan, R. 2005. Beneficial
effects of intermittent fasting and caloric restriction on the cardiovascular and
cerebrovascular systems. The Journal of Nutricional Biochemistry, 16, 129-137.
5. Varady, K.A. & Hellerstein, M.K. 2007. Alternate
day fasting and chronic disease prevention: a review of human and animal trials.
The American Journal of Clinical Nutrition, 86, 7-13.
Jérémy Anso é
o autor do blog “Dur à avaler” (Difícil
de engolir) – http://www.dur-a-avaler.com/
– onde nos faz partilhar a sua visão científica
do impacto da nossa alimentação e dos nossos comportamentos na saúde humana.
VER mais em: http://www.objectifsliberte.fr/faire-un-jeune.html
(o Blog da Liberdade)
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