DEPOIS
DE LER ESTE ARTIGO,
DE CERTEZA QUE IRÁ OLHAR AS COUVES COM OUTROS OLHOS …
“Os antigos romanos, tendo banido os médicos do seu império,
mantiveram-se saudáveis
consumindo couves por longos anos, que utilizavam para curar todas as
doenças”
(historiador anónimo do sec. XVI).
A couve é utilizada há mais de
6.000 anos e cultivada há mais de 4.000.
A “Brássica Olerácea” é uma planta selvagem da família das crucíferas
que está na origem de uma grande variedade de legumes, couves, couve-flor,
couve de Bruxelas, … No seu estado selvagem, a couve cresceu por toda a Europa
Ocidental e mediterrânica, e no próximo Oriente. É um raro exemplo de planta
comestível de origem estritamente europeia.
A domesticação da couve remonta muito atrás na história da humanidade
dado que certas variedades de couve eram já cultivadas por habitantes das
cidades lacustres do Neolítico. Supõe-se que os Bascos a transmitiram aos
Celtas que, assim como os Germanos e os Eslavos, a cultivaram abundantemente. Na
Grécia Antiga, utilizavam-naa couve sobretudo como erva medicinal. A utilização
da couve faz também parte do Código Mélétios,
médico e monge Bizantino do sec. IX.
Os romanos viam nela um remédio universal para todos os males.
Os russos fizeram dela o antídoto
natural da vodka.
A couve pertence à família das crucíferas
e há couves para todos os gostos: couve verde, couve branca, couve frisada,
couve roxa, couve-de-bruxelas, couve-flor, couve-flor violeta, brócolos, couve-nabo,
couve-rábano, couve chinesa, couve marítima, …
A couve desenvolve-se há milénios nas costas da Europa. A couve
original, a “Bramica Oleracea”, couve
marítima, ainda hoje existe nas costas da Mancha (Baixa Normandia).
A partir dela, 400 variedades desenvolveram-se ao longo dos séculos.
Desde a Idade Antiga, a couve é
utilizada para curar múltiplos males quer para uso interno quer para uso
externo.
A análise das suas componentes permite
provar a sua bem fundada reputação de “médico
dos pobres”.
PROPRIEDADES
As couves equivalem aos outros
legumes tanto do ponto de vista dos hidratos de carbono (açúcares, fibras) e
dos prótidos como da assimilação. É um legume pouco calórico.
As couves são mineralizantes notáveis:
·
Cálcio
·
Potássio
·
Ferro, magnésio
·
Oligo-elementos – como o iodo, o cobre e o
manganés, dois catalisadores indispensáveis na acção das vitaminas do grupo B e
das enzimas de oxidação
·
Enxofre (útil para a saúde)
·
E as suas essências voláteis, mas não tantas
como a cebola, o alho, o alho-francês ou a salsa, o que lhe dá um sabor
particular nem sempre apreciado.
O enxofre associado às fibras
leva por vezes a intolerâncias intestinais quando é cozinhado – a maneira de
cozinhar poderá modificar este efeito indesejável.
Elas são também ricas em
vitaminas: C, A, E, P, PP, K e B (B1, B2, B3, B5, B6, B9 que quase a podemos
chamar de “grupo anticanceroso”).
Existe uma multitude de couves
diferentes. Todas são ricas em enxofre orgânico e todas têm pois, globalmente,
as mesmas virtudes terapêuticas.
Costuma-se no entanto admitir, que as couves de cor viva são mais ricas
em vitaminas. E se quiséssemos fazer a classificação da melhor couve, seria
dada à couve roxa dado que contém
mais fibras, vitamina C, cálcio e potássio e nutrientes anti humorais.
A couve verde é, em
contrapartida, mais rica em materiais celulósicos e mais indicada para a
preguiça intestinal.
A couve-de-bruxelas, rica
em vitamina A e B é mais diurética.
Quanto à couve-flor, possui
numerosas vitaminas (C, PP, B1, B2, B5 e B6), e é rica em sais minerais.
Digere-se também muito facilmente.
A couve chinesa, enfim, é utilizada em Medicina Chinesa para lutar
contra as inflamações dos pulmões ou da bexiga.
A couve é notável pelo seu teor
elevado em minerais e vitaminas assim como em substâncias sulfurosas
(glucosinolatos), aos quais ela deve nomeadamente as suas propriedades
antimicrobianas. Os seus efeitos calmamtes (antálgicos e anti inflamatórios)
estão ligados à sua riqueza em glutamina, um ácido aminado precursor da
glucosamina, uma molécula natural correntemente empregada na prevenção e
tratamento das artroses.
Aplicada em compressas, a folha
da couve é desinfectante, cicatrizante, tonificante e calmante. Alivia as dores
articulares (artroses, entorses …), e trata igualmente as escoriações e as
feridas simples, não ulcerosas, assim como as queimaduras ligeiras, as gretas,
as frieiras e o cieiro.
USO INTERNO
Elogiada pelos antigos como uma
panaceia, planta sagrada na Grécia, muito apreciada pelos Romanos que a
consumiam antes das suas orgias, para retardar ou contrariar os efeitos da
bebedeira, a couve é um remédio vegetal dos mais preciosos. Plínio afirmava que
os Romanos lhe deviam ter podido passar sem médicos durante 6 séculos !
A couve é:
·
Peitoral
·
Béquica (eficaz contra a tosse)
·
Anti anémica
·
Antidisentérica
·
Cicatrizante das mucosas gastrointestinais
·
Vermífuga
Peitoral
– a couve é salutar nas doenças das vias respiratórias: bronquite
aguda ou crónica, tosse. Utilizar-se-á de preferência o suco fresco das folhas
passadas pela centrifugadora; 1 a 2 copos médios por dia.
Poder-se-á preparar um xarope fazendo ferver suco fresco e mel em
partes iguais; escumar com cuidado; 3 a 4 colheres por dia.
Chomel, dá-nos outra receita de xarope contra a rouquidão e a extinção
da voz (pode-se suprimir a capilária/avenca): “Agarrai em cevada descascada e uvas secas sem grainha, cerca de 4 g de
cada, 7 g de alcaçuz; 6 figos; meio punhado de hissopo (planta laminária
aromática que possui propriedades estimulantes) e meio punhado de capilária (ou avenca, planta medicinal, espécie
de feto); cerca de 15 g de pinhões
brancos; uma couve roxa picada miudinho: ferver tudo; e por cada 500 g de
decocção, juntai 1 colher ou 2 de mel branco, e quantidade suficiente de açúcar
para fazerdes um xarope claro”.
O alto teor da couve em enxofre
explica, pelo menos em parte, a sua acção benéfica a nível respiratório.
Anti anémica – a couve favorece
a subida da taxa de hemoglobina. A sua riqueza em vitaminas A e B assim como em
substâncias minerais essenciais para o organismo fazem dela um alimento de
eleição dos anémicos, dos asténicos, dos convalescentes. Tomá-la-ão crua se o
seu estômago permitir, ou estofada sem junção de gorduras animais. O seu grande
teor em vitamina C faz ainda da couve um óptimo remédio para o escorbuto. O
ideal: em chucrute (os alimentos fermentados são excelentes !).
Na disenteria – o Dr. Kérambrun
(1926) obteve excelentes resultados apenas em alguns dias (27 doentes curados,
em 30 tratados) pela utilização exclusiva da couve ou da couve-flor cozidas em
água, com um pouco de sal, de manteiga e pão tostado.
Diurética – a couve foi
prescrita utilmente para a nefrite crónica (cura de decocção, igualmente
sedativa) e ascites (acumulação mórbida de serosidade no peritoneu) ligadas à
cirrose do fígado (cura de couve crua, Binet, 1948). Mas é sobretudo uma notável
cicatrizante gastrointestinal principalmente nas colites simples ou ulcerosas e
na úlcera do estômago (suco fresco: 2 copos por dia, longe das refeições, 3 semanas por mês).
Vermífuga – enfim, o suco de
couve, administrado de uma dose de 1 colher a 1, ½ colher por dia, arrasa com
os oxiúres e as lombrigas.
A couve é um excelente desintoxicante
Parcialmente rica em compostos sulfurosos (donde o seu sabor tão
característico), a couve neutraliza os malefícios da poluição e acelera a
eliminação das substâncias tóxicas, factores de envelhecimento e de doenças. Os
seus derivados sulfurosos agem também como precursores da glutationa, um
antioxidante que bloqueia a acção dos poluentes.
Resultado, um consumo regular reduz de maneira significativa os riscos
de cancro, nomeadamente os do cólon.
Uma “cura” de couve (monodieta)
eliminará as nossas toxinas – a eliminação das toxinas deve ser seguida por um
terapeuta dado que a sua “deslocalização” produz mini envenenamentos
passageiros obrigatórios, a ter em cuidado.
Outras valências
A couve é também uma óptima fonte de vitamina C, com virtudes anti
infecciosas e antioxidantes.
Contém igualmente carotenoides (pigmentos coloridos), selénio e
polifenóis, 3 antioxidantes implicados na luta contra os radicais livres,
responsáveis pelo envelhecimento das células.
Enfim, ela apresenta um bom rácio cálcio-fósforo para uma melhor
assimilação do cálcio.
É pouco calórica (25Kcal/ 100g) e
as suas fibras (mais de 3%) favorecem o bom funcionamento do sistema digestivo.
Modo de utilização
É pois aconselhável consumir as couves cruas excepto a couve verde que
é melhor cozida. Cozinhar sempre lentamente a fim de preservar as propriedades
dos legumes.
No cozimento, e para uma melhor
digestibilidade, devemos fazê-la “branquear” em primeiro lugar, isto é, devemos
fervê-la (escaldá-la) durante alguns instantes num grande volume de água com a
panela sem tampa. Os derivados sulfurosos vão ser em parte eliminados. Escorrer
a couve e a seguir cozê-la no vapor. As pequenas couves verdes, novas e tenras
têm menos fibra e pelo facto são mais digestas.
Quando a couve é utilizada menos
como alimento do que como componente de regimes particulares e para que possa
preservar todas as suas propriedades terapêuticas, é preferível que seja
consumida em suco fresco não cozido dado que o cozimento, mesmo bem realizado,
deteriora mais ou menos as suas propriedades.
Para fazermos o suco de couve, devemos
utilizar as couves de qualidade biológica. Lavá-las cuidadosamente com água sem
cloro. Mergulhar as suas folhas durante uma dezena de segundos apenas em água
pouco mineralizada, aquecida a 40°. Fazer 3 vezes esta operação. Picar e
extrair o suco que se deve beber logo a seguir.
Um outro modo de utilização muito digesto: o chucrute. Os fermentos
contidos nesta couve fermentada conferem-lhe propriedades antissépticas para o
intestino e permitem uma muito boa tolerância. Mas atenção, evitai juntar
gorduras e charcutarias, deveis preferir o chucrute de peixe ou o chucrute
vegetariano.
E que dizer dos jovens rebentos
de couve roxa ? (sementes germinadas).
Para a saúde, estes germinados são excelentes. Ajudam a remineralizar
o corpo. A nível nutricional, os germinados de couve roxa são ricos em
vitaminas C, B3, B2, B1 e A. São igualmente ricos em cálcio, zinco, ferro,
sódio, cobre, fósforo e manganésio. São pois ricos em minerais.
Utilizam-se os rebentos de couve roxa para lutar contra os problemas
digestivos (problemas de trânsito) e de fadiga (efeito revitalizante).
Os germinados de couve roxa têm
uma cor fúcsia magnífica.
O suco
Graças à clorofila purificante, ao seu poder vitamínico, aos seus sais
minerais e à sua escassez em celulose, o suco da couve acalma as mucosas
entéricas, reabilita a flora intestinal de simbiose e aumenta o número das
hemácias (mais a couve branca). Eis a razão porque é aconselhado nas anemias, nas
infecções, na preguiça do cólon, nas doenças de pele, etc …
Sempre bem tolerado, mesmo por aqueles que suportam mal as couves
cozidas, contribui para a cicatrização das úlceras gástricas, as feridas
intestinais, na protecção e regeneração do tubo digestivo irritado pelos erros
alimentares.
Rico em inulina e pobre em hidrato de carbono, convém aos diabéticos.
Os seus benefícios no reumatismo são comprovados na intensificação da
limpeza dos humores, favorecendo a emissão de urina. Razão do seu uso nas
ascites (derramamento de serosidade na cavidade peritoneal).
Dado que possui catalisadores de oxidação (ferro, cobre, manganésio,
etc.) e vitamina B, clorofila, vitamina C e cálcio, o suco da couve contribui
na luta contra as afecções pulmonares, inclusive a tuberculose.
Pelo seu iodo orgânico, é aconselhado nos regimes de insuficiência
tiroidiana.
O seu consumo deve, pois, ser tomado com moderação em caso de
hipertiróide.
Reconstituinte do sangue, tonificante do pâncreas, é também um
remineralizante de eleição, um recalcificante enérgico. Donde o interesse de o
dar a beber aos anémicos, aos operados, aos convalescentes, aos gripados, às
crianças de crescimento difícil.
Em todos estes casos, aconselha-se a misturá-lo, em partes iguais, com
sumos de cenoura, nabos e beterraba vermelha para que cada um dos constituintes
dê os seus oligoelementos específicos e complete os dos seus associados. Este
composto é notável na clorose (doença do sangue), fragilidade óssea,
tuberculose, colite ulcerosa, etc…
As couves estão recheadas de substância
que, sabe-se agora, exercem uma acção anticancerígena (indol, flavonoides,
fenol).
Estudos realizados quer na
Grécia, Israel, Japão, EUA, Noruega, todos os resultados concordam: todas as
couves exercem uma formidável acção preventiva nomeadamente sobre o cancro do
cólon, próstata, útero, pulmões, boca, laringe, faringe ou o estômago.
USO EXTERNO
A couve é tão útil nos
tratamentos de uso exterior como nos de uso interior. É um excelente cicatrizante
e um notável calmante.
Nas úlceras varicosas – as
folhas de couve lavadas, retirados os grossos talos, cilindradas com uma
garrafa e maceradas algumas horas em água boricada (com ácido bórico),
constituem um penso eficaz. Aplicar a folha sobre a úlcera tendo o cuidado de a
cobrir bem, fixá-la com uma compressa de gaze envolvendo a perna, sem apertar
muito; renovar o penso 2 vezes por dia (método do Dr. Dufour, de Fécamp, 1902).
Para o reumatismo – as mesmas
folhas, aquecidas rapidamente entre dois panos brancos com um ferro de passar,
e aplicadas directamente sobre a pele, podem aliviar as dores dos reumatismos,
da gota, das pontadas nas costas, da ciática – antigamente, na Holanda,
utilizava-se para os mesmos males, um unguento feito de couve branca fervida
até se desfazer completamente, misturada com argila e água suficiente para a
tornar pastosa, e aplicava-se quente sobre os pontos dolorosos.
Para a pele – o suco fresco, em
compressas ou em loções repetidas, pode fazer desaparecer o acne, as crostas de
leite, associado com o seu uso interno.
Utiliza-se com sucesso as folhas
de couve no uso externo, sob a forma de cataplasma.
Depois de as esterilizar por
imersão em água tépida, aplicá-las sobre os pontos dolorosos nas bronquites,
queimaduras, impigens, entorses, distensões musculares com gânglios inflamados,
gretas dos seios, gota, furúnculos, panarícios, fleimões, feridas supurantes
(mudar as folhas frequentemente), metrite (inflamação do útero) hemorrágica
(aplicação sobre os rins e baixo ventre), nevralgias faciais, paralisia dos
membros, pleurisia purulenta, sarampo (aplicação nos tornozelos, punhos, testa
e nuca), urticária, zona, etc.
Este relembrar muito sumário das
utilizações clássicas das couves mostra que estamos errados em não as apreciar
como merecem e de não as fazermos entrar com mais frequência nas ementas quer
das pessoas saudáveis quer dos doentes. Além do mais, convém lembrar-nos que,
pela sua composição salina e grupo de vitaminas, favorecem a cicatrização
sólida e rápida das feridas exteriores e interiores. Donde a sua importância
nos regimes dos grandes operados, dos ulcerosos, dos cancerosos e dos
tuberculosos.
Cataplasma de folhas de couve verde contra os reumatismos e as
úlceras varicosas
Colher folhas de couve (cruas, lavadas e escorridas) suficientes para
cobrir a superfície a tratar. Passar o rolo da massa pelas folhas sem nervura
para extrair o suco.
Colocar a folha sobre a articulação ou úlcera não infectada, cobrir
com compressas e ligar.
Manter a mesma posição durante 2
horas no mínimo e idealmente durante uma noite.
Xarope para tosse com expetoração com couve e mel
Centrifugar folhas de couve
cruas
Recolher o suco e fervê-lo com quantidade igual de mel
Escumar
Tomar 3 a 4 colheres de café por
dia
USO ALIMENTAR
Referimos mais acima todos os benefícios que os anémicos podem retirar
do consumo regular da couve, de preferência crua; as pessoas saudáveis não
devem, igualmente, negligenciá-la, lembrando-se da sua riqueza em vitaminas e
elementos minerais. É, com efeito, recomendado dá-la o mais vezes possível às
crianças, picada miudinha (principalmente a couve roxa, mas também a branca),
acompanhada de cenouras e maçãs, em salada, tão agradável tanto à vista como ao
gosto, decorada com algumas azeitonas pretas, salpicada de salsa e cebola
picada, condimentada com azeite, sal e limão.
As pessoas que receiam consumir
este legume forte, farão bem em cozê-la e comê-la com manteiga. O estufado, de
aroma característico, poderá desagradar os paladares mais sensíveis; preferir
portanto o modo de cozinhar anterior. Os pastores do Maciço Central
alimentavam-se antigamente com sopa de couves e castanhas, à qual misturavam
por vezes leite.
Nenhum prato, talvez, é mais saudável do que o
verdadeiro chucrute, preparado segundo as regras ancestrais, em que os
fermentos lácticos exercem a mais feliz das influências na digestão e na
assimilação. Na condição, bem entendido, diz o Dr. Leclerc, “de não ser ele mesmo transformado em
sucursal de uma fundição de sebo pela junção de toucinho, salsichas e de
presunto” (o capitão Cook preservou os seus homens do escorbuto durante 3
anos de navegação dando-lhes chucrute duas ou três vezes por semana).
Eis aqui a velha receita da
“couve agra” que se consumirá crua de preferência, em salada, salada
particularmente excelente se a condimentarmos com vinagre sabugueiro (vinagre
de vinho no qual se faz infundir flores secas de sabugueiro na dose de 10g para
1 litro).
FAÇA VOCÊ MESMO O SEU CHUCRUTE SAÚDE
A couve preferida para esta preparação é o repolho – “couve de Estrasburgo”
ou “couve quintal de Alsácia”.
Cortar fininho as cabeças de couve – de preferência utilizando um
“cortador de chucrute” – e deixar as raspaduras escorrer um pouco na sombra,
sobre um pano; misturar bagas de zimbro e sementes de chicória – algumas
pessoas juntam também algumas maçãs. Num barril aberto numa das extremidades
(se conteve vinho não tratado será bem melhor), colocar em primeiro lugar uma
boa camada de sal marinho cinzento (é preciso 1Kg para 20 couves), a seguir uma
camada de couve bem homogénea de 17 cm. Comprimir esta camada para metade da
sua espessura, cobrir de sal e continuar assim até à borda do barril.
Terminar por uma camada de sal, cobrir com grandes folhas verdes de
couve, a seguir um pano molhado, por fim tábuas em bom estado sobre as quais
colocar-se-ão pedras pesadas. Deverá existir um respirador/vazador (“vide”) de
cerca de 6 cm no cimo do barril. Colocar numa cave.
Pouco a pouco as couves abatem
perdendo a sua água que sobe à superfície. Esta água, com cheiro desagradável,
deve ser retirada, por sifão ou por torneira colocada um pouco abaixo do nível
superior das couves, e substituída progressivamente por uma nova salmoura (100g
de sal para 1 litro de água), até à clarificação do líquido que deverá aparecer
bem nítido à superfície, 12 a 15 dias mais tarde. Deverá haver sempre aí pelo
menos 3 cm de salmoura acima da cama superior de couves e é absolutamente
importante que estas últimas estejam bem comprimidas. Dois meses depois do
início da sua fabricação, pode-se começar a comer o chucrute: retirar a pedra e
as tábuas, retirar a quantidade necessária e recobrir de novo pressionando
cuidadosamente … Lavar as couves com água limpa (sem cloro, de preferência),
escorrer e servir cozidas (cozinhar lentamente) ou cruas em salada. Se
desejarmos conservar por muito tempo as couves preparadas no Outono (Novembro é
o melhor mês), será necessário mudar completamente a sal moura por altura da
Lua de Páscoa e do solstício de Verão.
NOTA
IMPORTANTE
A couve é uma “grande limpadora”
… do nosso corpo mas também do solo onde é cultivada … portanto, não consumais
senão couves cultivadas sem pesticidas, insecticidas ou outros venenos !!!
Consuma saudável e natural … !
AUTORES DE REFERÊNCIA
·
Gérard Wenker
·
Piotr Daskzkiewicz
·
Jean Aikhenbaum
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