“ A
nossa alimentação diária deveria ser como uma melodia, com um tema de base e
diversas variações.
O
tema de base será constituído pelo Arroz Integral em grão, cozinhado na
pressão, a sopa de Miso e alguns pratos simples de legumes, algas, leguminosas
e seus derivados.
Os
outros cereais (integrais em grão), as sopas de legumes e leguminosas, as
saladas, os produtos marinhos de ocasião, os frutos e as sobremesas,
constituirão as variações ” – Aveline Kushi.
“A Macrobiótica não é
exclusivamente uma dieta, um regime, mas sim um estilo de vida que tem como objectivo último ajudar-nos a
desenvolver o nosso potencial humano,
ao seguirmos as Leis da Natureza dum ponto de vista biológico (através da alimentação), ecológico (fazendo escolhas diárias que contribuem para uma melhor
qualidade de vida ambiental), social
e espiritual (tratando os outros com
amor e compaixão e assumindo a nossa responsabilidade como um pequeno elo numa
vasta cadeia de seres e fenómenos)” – Francisco Varatojo.
A alimentação macrobiótica padrão (AMBP) foi criada
por Michio e Aveline Kushi – finais dos anos 70 do sec. XX. É
um modelo alimentar simples de compreender e adaptado à vida moderna e é o mais
utilizado pela maioria dos praticantes macrobióticos modernos.
A noção de bipolaridade, ou a teoria de
"yin" e "yang" é uma parte essencial deste estilo de vida –
a ideia de que todos os fenómenos, alimentos incluídos, têm qualidades
energéticas, metafísicas e de que a harmonia relativa é conseguida quando
"equilibramos" estes dois pólos, yin e yang, nas nossas vidas.
A AMBP aplica-se à maioria das populações da Terra,
vivendo nas regiões temperadas de quatro estações, incluindo, de uma maneira
geral, a maior parte da América do Norte, a Europa, a União Soviética, a China,
o Japão, a maior parte da Ásia e uma parte da América Latina e da Austrália –
exceptuando certas zonas bem distintas tais como as altas montanhas, os
desertos, as ilhas e lagoas, para as quais é conveniente outros modelos
dietéticos.
A AMBP é a alimentação correctamente ajustada às
características de cada indivíduo – idade, sexo, actividade/profissão, condição
de saúde – e ao ambiente em que ele se encontra – cidade/campo,
litoral/montanha/deserto, continente/ilha, clima, estação do ano – que por si só
lhe proporcionará a oportunidade de auto-realização, compreensão e harmonia com
as leis da natureza.
Os alimentos
principais são os cereais
integrais em grão e produtos derivados. Os alimentos adicionais são todos os
outros alimentos, incluindo sopas, leguminosas, legumes, algas, frutas, peixes,
crustáceos e outros alimentos animais, as sementes e as oleaginosas, os
condimentos e os temperos.
Os primeiros,
devem ser consumidos a todas as refeições, ao passo que os segundos podem
variar segundo os dias, as estações e as regiões e em função das tradições
familiares.
Os alimentos principais preservam e desenvolvem as
nossas características fundamentais de seres humanos e as nossas bases e
qualidades físicas, psicológicas e espirituais. No passado, sem os alimentos
principais, as civilizações humanas não poderiam ter-se desenvolvido. Sem os
alimentos principais, hoje e no futuro, elas degenerarão, desaparecerão e serão
substituídas por sociedades artificiais.
Podemos ainda considerar os alimentos ingeridos
por prazer/convívio social: aperitivos,
tempuras, fritos rápidos, acepipes, pão, pastelaria, sobremesas, frutos, sumos,
cerveja, vinho, saké e outras bebidas ligeiramente alcoólicas – não são
necessários à manutenção e desenvolvimento das qualidades humanas físicas,
psicológicas e espirituais, tendo influência no comportamento emocional e
social individual, em função do volume e frequência da sua utilização. Podem ser consumidos ocasionalmente com
moderação por pessoas habitualmente saudáveis. Se utilizados diariamente por hábito terão consequências destruidoras na
saúde e consciência dos seus consumidores.
Além destas três categorias de alimentos, existe uma
quarta categoria: as
substâncias alimentares de utilização medicinal/terapêutica. Extremamente eficazes para as pessoas que
praticam MB, mesmo que seja há pouco tempo – são inúteis ou até perigosas, para
aquelas que continuam a alimentar-se de “maneira errada”. As substâncias medicinais incluem algumas vezes
pratos especiais, sopas, chás especiais, infusões, bebidas ou ervas muito
energéticas, não recomendadas para uso diário habitual. A sua utilização deve
ser controlada por conselheiros macrobióticos ou por pessoas macrobióticas
experimentadas. Estas preparações
medicinais não são consideradas como fazendo parte da AMBP.
A AMBP é perfeita do ponto de vista dietético, na
condição de nada rejeitar ou juntar.
Apenas devemos adaptá-la à estação do ano e à região climática do local onde
vivemos, assim como à nossa constituição física, condição de saúde de momento,
sexo e actividade profissional. A
Alimentação Macrobiótica Padrão preenche os requisitos nutricionais das
principais organizações nutricionais mundiais e está de acordo com as linhas
gerais no que toca à prevenção de cancro e doenças cardiovasculares.
O pequeno almoço
será mais yin, o almoço mais equilibrado (entre o yin e o yang) e o jantar mais
yang. Comer
2 a 3 vezes por dia com as proporções correctas e uma mastigação correcta (pelo
menos 30 vezes cada garfada). Não
comer muito. A quantidade mata a
qualidade. Cada um deve encontrar a quantidade mínima que lhe convém. MASTIGAR
MAIS e COMER MENOS, é a via para a saúde.
Sempre que
possível devemos comer menos na refeição da noite. Não
beber nem comer 3 horas antes de se deitar nem durante a noite.
CEREAIS INTEGRAIS
– consumo diário
Os cereais integrais em grão e os produtos
que deles derivam, pão e massas, constituem uma parte essencial da AMBP diária.
Eles representam habitualmente, em peso de alimentos cozinhados, uma média de
50% da alimentação, valor que pode variar entre 40 e 70%.
Esta proporção varia segundo as condições
físicas e psicológicas individuais, os factores climatéricos e outros factores
do envolvimento, os modos de cozinhar e os tipos, volumes e modos de preparação
dos alimentos adicionais. Por exemplo, em caso de problemas de ordem digestiva,
o consumo de cereais integrais pode chegar a um valor compreendido entre 70 e
80% durante vários dias. Em caso de actividade mental intensa, pode ser
ajustado entre 60 e 70%, por curto período. Para certas ocasiões de carácter
social, pode ser reduzido a menos de 50%, com uma grande variedade de pratos
adicionais.
Durante intensos exercícios espirituais, uma proporção de 60 a 80%
pode ser necessária durante um curto período e para as actividades físicas
intensas pode situar-se à volta dos 50%.
No seu consumo regular, os cereais
integrais bem como os produtos que entram na composição dos seus derivados, não
devem ser refinados e devem possuir a qualidade biológica ou natural; a
utilização de ingredientes artificiais, químicos ou derivados do petróleo sob a
forma de fertilizantes, pesticidas, insecticidas, conservantes e de
pulverizações diversas devem, sempre que possível, ser evitados.
SOPAS – consumo
diário
Uma ou duas tijelas de sopa condimentada
com Miso, Tamari (ou Shoyu) ou algumas vezes apenas com sal marinho integral
(de preferência branco) são recomendadas para consumo diário – aproximadamente
5 a 10% da alimentação diária.
O sabor deve ser ligeiro, nem muito salgado
nem muito doce. As sopas devem ser preparadas com uma grande variedade de
ingredientes tais como: os legumes frescos da estação, as algas (principalmente
as variedades Wakamé e Kombu) e, ocasionalmente, com cereais e leguminosas. A
natureza dos ingredientes pode ser mudada muitas vezes para variar e dar
prazer.
LEGUMES –
utilização diária
Na AMBP, os legumes servidos sob diversas
formas representam, em peso, 25 a 30% da comida consumida a cada refeição.
Cerca de 2/3 dos legumes são geralmente cozidos em água, no vapor ou outros
métodos e 1/3 ou menos, poderão ser preparados em saladas cruas ou pikles.
Devem ser, sempre que possível, cultivados localmente e consumidos na estação
em que amadurecem. Cada menu diário deve apresentar um equilíbrio entre os legumes de raíz, as
variedades que crescem debaixo do solo e os talos e legumes de folha. No entanto,
as proporções e os métodos de preparação variam ligeiramente segundo a época do
ano, as necessidades e a condição de saúde de cada pessoa, e diversos outros
factores. No Outono e no Inverno, por exº; podemos consumir um pouco mais de
legumes de raíz e o cozimento e os temperos podem ser ligeiramente mais
importantes. Na Primavera e no Verão podemos consumir mais legumes verdes de
folha, mais alimentos crús e ligeiramente menos temperados.
LEGUMINOSAS e
PRODUTOS DERIVADOS – utilização diária
Na alimentação, as leguminosas secas
integrais e os produtos que delas derivam são habitualmente consumidos todos os
dias ou várias vezes por semana e representam cerca de 5 a 10% do peso total da
comida absorvida. As leguminosas de origem mais setentrional (relativo ao
Norte), como o feijão azuki, as lentilhas e o grão de bico, mais pequenos,
contêm menos gorduras e óleo do que as outras variedades, são consumidas mais
frequentemente. As leguminosas de dimensão média como os “pintos”, as feijocas
e todos os feijões de soja, são utilizados ocasionalmente. Os feijões grandes,
como as “limas”, que são de origem mais meridional (relativo ao Sul) e que
contêm mais gorduras, são preparados menos frequentemente. Adicionalmente, ou
como substitutos das leguminosas sob a sua forma integral, os produtos à base
da soja, tais como o tofu, o tempeh e o natto, podem ser utilizados quase que
diariamente ou várias vezes por semana.
ALGAS –
utilização diária
As algas, ou vegetais ou mousses do mar
comestíveis, são servidas em pequenas quantidades e constituem pelo menos 5% do
prato macrobiótico padrão. São preparadas de diversas maneiras, constituindo os
pequenos pratos de acompanhamento, as sopas e os caldos, as saladas e podem ser
cozinhadas com os cereais, as leguminosas ou os legumes. São utilizadas em
condimentos, pickles e guarnições.
PEIXES,
CRUSTÁCEOS, CONQUILHAS – consumo ocasional
Pela
variedade e o prazer que nos trazem e pelas suas qualidades, a AMBP inclui o
consumo ocasional de peixes, crustáceos e conquilhas para as pessoas
habitualmente de boa saúde. A frequência de consumo destes produtos varia
segundo o clima, a idade, o sexo e as necessidades pessoais e pode ir, de uma
vez a, durante algum tempo, várias vezes por semana. A média é, em norma, duas
vezes por semana. As espécies recomendadas são aquelas que contêm menos
gorduras e colesterol e que são as mais digestas. Substituirão as leguminosas e
produtos derivados. Os peixes, crustáceos e conquilhas são habitualmente
preparados sob a forma de pratos separados, em pequena quantidade a moderada,
como complemento dos cereais integrais e dos legumes que devem sempre
constituir a parte principal de refeição. Podem igualmente ser servidos sob a
forma de sopa e cozidos com outros alimentos.
Nos
climas setentrionais frios onde o período das culturas agrícolas é mais curto,
uma percentagem ligeiramente maior de peixe, crustáceos e conquilhas pode ser
consumida. Inversamente, nas regiões meridionais quentes, uma proporção menor
de alimento animal no conjunto da alimentação está geralmente mais em harmonia
com o envolvimento local. Pelo facto do seu desenvolvimento biológico, os
homens e os rapazes, na maior parte das sociedades tradicionais, consomem
relativamente mais produtos animais do que as mulheres e as raparigas. Geralmente
não se dá peixes, crustáceos e
conquilhas aos bebés e às crianças durante alguns anos salvo excepcionalmente,
no caso de alimentação especial, e as pessoas idosas devem consumi-los cada vez
menos à medida que a sua actividade diminui.
Para
as pessoas que têm grande actividade física e para certas outras, debilitadas e
com falta de vitalidade, o peixe, os crustáceos e as conquilhas podem ser
consumidos mais frequentemente. Da mesma maneira, as pessoas que mudam da
alimentação convencional para uma alimentação centrada nos cereais e legumes
podem consumir uma maior quantidade de peixe, crustáceos e conquilhas em vez de
carne e dos produtos lácteos até ao momento em que estejam completamente
adaptadas à sua nova maneira de se alimentar. No entanto, para as pessoas
doentes, e também para os numerosos tipos de cancro e doenças cardiovasculares,
nenhum produto de origem animal, qualquer que seja, é recomendado durante um
período inicial que pode ir de um a vários meses, até que o estado de saúde
estabilize.
Para
o desenvolvimento mental e espiritual, pouco ou mesmo nenhum alimento de origem
animal é habitualmente recomendado.
Nas
regiões muito afastadas das costas marítimas, onde o peixe de água doce ou da
água do mar não está disponível, em climas e ambientes extremos ou inabituais
ou outras circunstâncias excepcionais, os animais selvagens, tais como as aves,
podem ser consumidos em sua substituição, mas sempre ocasionalmente e em
pequenas quantidades.
SEMENTES e
OLEAGINOSAS – utilização ocasional
A
AMBP admite o consumo ocasional, sob a forma de snacks, de sementes e
oleaginosas ligeiramente tostadas, ligeiramente salgadas, com sal marinho ou
ligeiramente condimentadas com Tamari/Shoyu. De tempos a tempos, as sementes e as
oleaginosas podem igualmente ser cozinhadas com os cereais e os legumes,
incorporadas nos pães e pastelaria, transformadas em óleos, preparadas sob a
forma de manteigas e utilizadas como condimento ou como guarnição. As sementes
contêm menos óleo e gorduras do que as oleaginosas e são geralmente mais
utilizadas.
FRUTOS –
utilização ocasional
Os
frutos frescos e os frutos secos podem ser consumidos ocasionalmente, pelas
pessoas em boa saúde. A frequência do consumo varia com o clima, a estação do
ano, a idade, o nível de actividade e as necessidades pessoais. Idealmente, os
frutos frescos são consumidos durante a estação da sua maturação natural e da
região onde crescem a menos que provenham de uma região climática similar. Os
frutos são habitualmente mais digestos cozidos do que crus e os sumos de fruta
ou a cidra podem ser consumidos ocasionalmente mas não são recomendados como
bebida habitual pelo facto da sua natureza muito concentrada.
SNACKS e
SOBREMESAS – utilização ocasional
Para
as pessoas saudáveis, a macrobiótica inclui o consumo frequente de snacks e o
uso ocasional de sobremesas. Os snacks são em geral mais ligeiros e são
consumidos entre as refeições, ao passo que as sobremesas são habitualmente
mais pesadas e servidas no final das principais refeições. Os snacks e as
sobremesas são à base de cereais, leguminosas, oleaginosas, sementes, algas e
de frutos. Se sentimos a necessidade de um sabor mais açucarado, um edulcorante
natural de boa qualidade, principalmente escolhido entre aqueles à base de
cereais como o malte de cevada, o mel de arroz e o amazake, poderá ser
utilizado em pequenas quantidades. O tipo, a frequência e a quantidade dos
snacks e das sobremesas variam com o clima, a estação do ano, a condição de
saúde e as necessidades pessoais e com outros factores mas, em média, os snacks
podem ser consumidos diariamente com moderação e as sobremesas algumas vezes
por semana. Nos dias de festa, aniversários e outras ocasiões especiais, as
refeições são muitas vezes preparadas com um rico leque de “hors d´oeuvres”,
pastelaria e sobremesas.
SAL, ÓLEOS e
OUTROS TÊMPEROS – utilização diária
Na
AMBP são utilizados com regularidade vários temperos. Os temperos devem ser de
qualidade biológica e fabricados naturalmente.
O
sal marinho não refinado deve ser
utilizado regularmente para cozinhar os cereais integrais, as leguminosas e os
numerosos legumes. O Tamari/Shoyu, o
Miso e as Ameixas Umeboshi, que são salgados e fermentados, são utilizados
frequentemente para dar o sabor salgado. Para a cozinha quotidiana, o óleo de
sésamo negro deve ser preferido. Os óleos de sésamo branco, de milho e de
sementes de mostarda podem igualmente ser utilizados frequentemente e os outros
óleos não refinados, ocasionalmente. A raíz de gengibre fresca, o daikon e o
rábano ralados são utilizados como temperos para dar o sabor picante e os
vinagres de arroz integral e de arroz doce integral para dar agradável sabor
acre-ácido. O mirin, o amazake, o malte de cevada e o mel de arroz podem
ocasionalmente ser utilizados para obter o sabor doce. Numerosos outros
temperos podem igualmente ser utilizados de tempos a tempos.
No
entanto, nas regiões com quatro estações, as ervas e as especiarias são
geralmente evitadas ou de emprego limitado na alimentação macrobiótica e na preparação
dos produtos. As suas qualidades estimulantes, aromáticas e odoríferas, servem
para equilibrar os efeitos de um envolvimento tropical quente e húmido e estas
plantas são muito desequilibradas para serem consumidas regularmente nas
regiões de clima temperado. A utilização dos temperos deve ser moderada e
adaptada às necessidades pessoais. A quantidade de sal utilizada diariamente na
cozinha varia segundo o clima, as estações, a idade, o sexo e o nível de
actividade. É utilizado um pouco mais de sal nas regiões frias bem como no
Outono e no Inverno e um pouco menos nas regiões mais quentes bem como na
Primavera e o Verão. O sal não é utilizado geralmente na comida dos bebés com
menos de 10 meses, idade a partir da qual o sabor salgado pode progressivamente
ser introduzido. Aos 3 anos, uma criança pode consumir 1/4 ou 1/3 da quantidade
de sal necessário a um adulto e até aos 7 ou 8 anos a sua alimentação é
preparada à parte ou mesmo separada, antes do tempero final, da comida dos
adultos. A partir desta idade, a quantidade de sal e de outros temperos pode
ser progressivamente aumentada até atingir o das crianças mais velhas e dos
adultos. As mulheres devem normalmente consumir um pouco menos de sal do que os
homens e os idosos menos do que os outros adultos. As pessoas mais activas
fisicamente devem igualmente tomar uma alimentação um pouco mais salgada do que
as pessoas mais ocupadas com actividades mentais.
A
frequência e a quantidade de óleo consumida varia igualmente segundo as
pessoas. De modo ideal, os óleos e as gorduras devem ser absorvidos sob a sua
forma integral nos alimentos tais como os cereais integrais, as leguminosas e
as sementes. Para uma pessoa normalmente de boa saúde, um ou dois pratos por
dia podem ser preparados com uma pequena quantidade de óleo não refinado. Isto
pode ser sob a forma de pequenos pratos de acompanhamento de legumes e de algas
salteados ou de molhos ou de guarnições que os contenham. Cerca de uma vez por
semana, dias de festa ou ocasiões especiais, podem ser preparados pratos de
tofu ou seitan fritos ou tempuras de legumes, peixe ou crustáceos. Os fritos e
os preparados do ipo tempura utilizam grandes quantidades de óleo. No entanto,
quando são correctamente preparados os alimentos cozidos desta maneira não são
nem oleosos nem pesados mas estaladiços e de sabor delicado. Para as pessoas
que não estão de boa saúde, o consumo de óleo deve ser minimizado ou evitado
até que a sua condição melhore.
MOLHOS,
GUARNIÇÕES e CONDIMENTOS – utilização diária
Do mesmo modo que o sal o óleo
e os temperos, em geral, os molhos e os condimentos são muito importantes para
realizar o equilíbrio da alimentação. Permitem uma grande variedade na cozinha
diária e são um meio simples para criar os cinco sabores de base. Os molhos dão
corpo, consistência e sabor, dando a numerosos pratos o seu carácter
particular. As guarnições são muitas vezes utilizadas, em pequena quantidade,
para equilibrar certos pratos, principalmente com o objectivo de dar cor e
prazer estético, estimulando assim o apetite e facilitando a digestão. Os
condimentos são salpicados ou juntos, à mesa, em pequenas quantidades, aos
alimentos. Para além do equilíbrio nutricional e energético que eles dão, os
condimentos permitem ajustamentos individuais durante a refeição em função dos
gostos e das condições de saúde de cada um. Os condimentos são habitualmente
utilizados com os cereais, as sopas, os pratos de legumes e de leguminosas e
algumas vezes com as sobremesas.
BEBIDAS –
utilização diária
A AMBP inclui diferentes
bebidas para o consumo quotidiano, regular ou ocasional. A frequência e
quantidade de bebidas absorvidas variam segundo as necessidades e a condição de
saúde pessoais de cada um, assim como em função do clima, da estação do ano e de
outros factores ligados ao envolvimento. É recomendado, em geral, beber o
suficiente logo que se faz sentir a sede e evitar bebidas geladas. Para o
consumo diário, durante ou entre as refeições, as bebidas habitualmente
utilizadas compreendem a água da fonte e a água dos poços, natural, clara e
potável, os chás de caules e de raminhos “bancha”, os chás de cereais tostados
ou os cafés de cereais, assim como os outros chás naturais, não estimulantes e
não aromáticos, tradicionalmente utilizados e habitualmente consumidos,
preparados a partir de sementes, folhas, caules, cascas, flores ou raízes.
Artigo baseado em artigos e livros de vários autores
macrobióticos modernos, nomeadamente: Aveline Kushi, Francisco Varatojo, Gerard
Wenker, George Ohshawa, Lima Ohshawa, Michio Kushi.
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