MÉTODOS DE
COZINHAR OS CEREAIS INTEGRAIS EM GRÃO Por: Aveline & Michio Kushi, 1985
Na China, na Mesoamérica (América
intermédia) e em certas partes do
velho mundo, os cereais eram tradicionalmente cozinhados sobre pressão em
pesadas panelas ou em caldeirões. Pedras colocadas sobre as pesadas tampas
forneciam muitas vezes um peso suplementar. A partir do momento em que a água
em ebulição começava a produzir vapor sob pressão na panela, pesadamente
tapada, o fogo era reduzido. Este modo de cozinhar preservava a energia e os
nutrientes dos grãos de cereal e tornava a digestão mais fácil. Hoje em dia,
com os cereais cada vez mais refinados e as suas películas mais duras e mais
exteriores retiradas, é necessário menos tempo de cozimento, quer seja em água
em ebulição, no vapor ou por outros processos. Além disso, os métodos modernos
de cozinhar permitem muitas vezes que certas substâncias alimentares saiam do
utensílio utilizado, reduzindo ainda mais a qualidade final do cereal.
O cozimento na panela de pressão é o meio moderno mais perfeito e
mais eficaz de cozinhar os cereais integrais em grão e principalmente o arroz
integral. A doçura natural do grão é completamente exaltada por este método e o
arroz assim preparado é cozido uniformemente, digerido e assimilado facilmente
pelo organismo e torna o espírito calmo e pacífico. O cozimento completo do
arroz integral na panela de pressão demora cerca de uma hora, duração que pode
variar ligeiramente em função das quantidades. O demolho do arroz durante várias
horas (6 a 8 horas), antes de
cozinhar, ou mesmo durante toda a noite, amolece as duras películas exteriores
do grão e permite assim reduzir sensivelmente o tempo de cozimento. É
igualmente tradicional juntar uma pitada de sal marinho por taça de arroz não
cozido no início, o que melhora a qualidade do arroz, dando um efeito
ligeiramente mais alcalinizante ao sangue.
Tal como o arroz, os outros
cereais – cevada, aveia, trigo, centeio, millet, milho seco – podem igualmente
ser cozidos na pressão, utilizando o mesmo método, variando o tempo de
cozimento em função da quantidade e do tipo de cereal. Os cereais podem
igualmente ser misturados. No caso do arroz integral, podemos juntar 10 a 30%
de outro qualquer cereal, várias vezes por semana, modificando o sabor e as
qualidades nutritivas do prato principal. O arroz e os outros cereais integrais
podem ainda ser cozinhados na pressão com uma proporção idêntica com outros
alimentos, tais como os feijões, as castanhas, as sementes de lotus e outras,
as nozes, as bolotas, abóboras e outras qualidades de curgetes e legumes
finamente cortados. Quando misturamos arroz ou outros cereais com diversos
ingredientes, é necessário também juntarmos uma pequena quantidade suplementar
de sal, para equilibrar o conjunto. Além do sal marinho não refinado, um pouco
de tamari, de miso ou outro condimento natural pode ser utilizado
periodicamente. Um pequeno pedaço de kombu, alga muito rica em minerais, é
muitas vezes tradicionalmente colocada no fundo da panela do arroz para fornecer
mais energia, aumentar o sabor e o perfume e facilitar a digestão.
Quando não é possível cozinhar em
panela de pressão, pode-se cozinhar o arroz e os outros cereais integrais em
água. Devemos utilizar então uma panela com tampa pesada afim de reter o mais
possível a energia e os nutrientes. O millet e o trigo sarraceno cozem mais
depressa do que os outros cereais e não necessitam de ser cozinhados na
pressão. No entanto, para melhorar as suas qualidades, são tradicionalmente
tostados alguns minutos a seco numa frigideira ou panela antes de serem cozidos
na água.
Outros cereais integrais podem
igualmente ser tostados afim de melhorar a sua digestibilidade. Outros métodos
de cozinhar os cereais e os produtos que deles derivam podem ser utilizados, de
vez em quando, tais como: no vapor, no forno ou fritos.
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A PANELA DE
PRESSÃO EM QUESTÃO
Por: Harold Kulungian e Florence
Wenker, 2000
www.lamacrobiotique.com – Bulletin d’information
Tudo muda na vida, é uma das leis da Ordem do Universo. O movimento
macrobiótico no seu conjunto não escapa a esta regra. Mas para começar, façamos
um pouco de história. Um pouco de história.
Um pouco de
história
A prática da Macrobiótica teve o seu início nos anos 50 do Sec. XX na
Europa sob a égide de Georges Ohsawa. Mais tarde, o “Zen Macrobiótico” (livro
da Ed. Vrin), do mesmo G. Ohsawa, apareceu nas livrarias. Durante vários anos
só se dispunha deste livro para se fazer os primeiros passos na cozinha
macrobiótica. As resultantes foram eficazes mas nem sempre muito gustativas.
Durante os anos 70 do Sec. XX,
Michio Kushi entra em cena nos EUA. Uma das suas prioridades foi “salvar a
macrobiótica”, como se afirmava no seu meio social. Uma das primeiras
recomendações de M.K. foi diminuir a quantidade de sal (até aqui o gomásio era
recomendado na proporção de 1/7) e não utilizar o sal marinho não refinado cinzento. Ele
introduziu igualmente o método do arroz cozido na pressão. De seguida
apareceram todos os tipos de sobremesas à base de malte de cereais ao mesmo
tempo da alimentação macrobiótica padrão, e do uso largamente difundido dos
legumes verdes escaldados. Ao mesmo tempo foi recomendado diminuir ou mesmo
banir totalmente o uso diário de produtos à base de farinha de cereais e do
próprio pão integral.
O facto é que nesta época, M.K. foi
tido na Europa por certas pessoas como uma espécie de “libertador”.
A nova dieta macrobiótica estilo gourmet (“é tão sã como deliciosa”) fez a sua entrada em cena. Foi largamente popularizada por vários livros de cozinha muito atraentes. Além disso todas os lares macrobióticos equiparam-se com uma panela de pressão ou mesmo duas panelas de pressão – uma para os cereais e a outra para o fabrico do amasaké. Se reflectirmos bem nisto as crianças foram alimentadas quase totalmente com produtos cozidos na pressão. Foi isto razoável ?
A nova dieta macrobiótica estilo gourmet (“é tão sã como deliciosa”) fez a sua entrada em cena. Foi largamente popularizada por vários livros de cozinha muito atraentes. Além disso todas os lares macrobióticos equiparam-se com uma panela de pressão ou mesmo duas panelas de pressão – uma para os cereais e a outra para o fabrico do amasaké. Se reflectirmos bem nisto as crianças foram alimentadas quase totalmente com produtos cozidos na pressão. Foi isto razoável ?
Muitos centros de ensino
macrobióticos viram o dia nos anos 70-80 na Europa e nos EUA: Instituto Kushi
de Amesterdão, de Beckett, Estados Unidos, IMI-Kiental, Centro Macrobiótico Le
Grain de Vie em Génova e vários outros.
De seguida, o movimento que tinha
atingido o seu auge cerca de 1985-1987 começou a declinar ao mesmo tempo sem
razão aparente na Europa e nos EUA. Controversas e acusações tiveram lugar em
França e o movimento foi definhando pouco a pouco. Alguns centros subsistiram
com muita dificuldade, outros transformaram-se e alguns desapareceram
claramente. A renovação biológica da raça humana não se realizou, é preciso admiti-lo
claramente, se bem que certas ideias tipicamente macrobióticas tenham sido
largamente difundidas, tais como a necessidade de se comer uma alimentação
baseada em fibras (cereais), o abuso de produtos lácteos como fonte de
diversos males, a nocividade do abuso de produtos cárneos e a necessidade de
comer legumes todos os dias.
No entanto é aflitivo constatar
que diversos grupos macrobióticos se afrontaram, perdendo o seu tempo em
polémicas estéreis e críticas inúteis e prejudiciais ao colectivo, sem contar
com o impacto desfavorável criado com as “novas modas”. Na Europa, assistiu-se
à formação de dois clans: os
“Kushistas” e os “antikushi ou Oshawistas”. Era como a esquerda e a direita em
política (os conservadores e os renovadores), era preciso fazermos a nossa
escolha, saber de que lado estávamos. Nos anos 90, os dois grupos foram pouco a
pouco definhando, o primeiro por dispersão e o segundo por implosão. Não restam
mais do que alguns adeptos disseminados e solitários. Entretanto a macrobiótica
e as ideias que ela veicula continuam a fazer o seu caminho. Produtos
desconhecidos há 20 anos atrás estão hoje largamente difundidos, tais como o
leite de arroz, o tofu, e todos os produtos à base de proteínas vegetais.
Porquê tantas
mortes inexplicáveis ?
Paralelamente, estes 10 últimos
anos (anos 90) foram marcados por mortes
inexplicáveis de professores macrobióticos ou de pessoas praticantes de
macrobiótica há numerosos anos. Estas mortes são evidentemente bastante
embaraçosas para os que tentam promover este novo modo de vida e permaneceram totalmente inexplicáveis até
agora.
Harold Kulungian tenta dar
algumas explicações através da Internet e pode-se dizer que ele não está
completamente errado.
Durante estes 30 anos (1970-2000) todos os macrobióticos
tiveram pelo menos um ponto em comum que é um estilo de cozinhar: cozinhar na pressão, sobretudo o arroz e as leguminosas. Segundo Harold Kulungian
cozinhar na pressão tem um poder yanguizante extremo. Os cereais com este tipo de
preparação são esmagados e formam uma papa que não oferece resistência à acção peristáltica do intestino. A papa
assim absorvida produz contracções incessantes, fazendo que, por seu lado, se
tenha uma sensação contínua de fome. Para acabar com esta acção constritiva, a
pessoa sente-se constrangida a comer continuamente, justamente para impedir a
contracção do intestino.
Eis aqui o que poderá explicar o
porquê de tantos macrobióticos de bastante renome tenham feito dos desvios ao regime macrobiótico um
hábito e tenham mesmo feito deles um motivo de prazer. Depois as coisas
deterioraram-se e alguns de entre eles morreram numa idade relativamente jovem:
Murray Snyder (56 anos), Clim Yoshimi (68 anos), Hermann Aihara (74 anos) e
outros mais … jovem para pessoas que adoptaram uma arte de viver que eles
próprios apelidavam “A arte do rejuvenescimento e da longevidade” ! … (capa do Zen Macrobiótico). Esta frase foi muitas
vezes pronunciada mesmo por professores macrobióticos: “ninguém pode seguir o
regime macrobiótico padrão toda uma vida, sobretudo os professores macrobióticos”
e uma outra: “alguma coisa “não funciona” no regime macrobiótico”.
Aquele que faz dos desvios uma rotina, torna-se de tal forma arrogante que crê sempre
que irá poder sair disso, como o automobilista que anda a 150 Km à hora na estrada e pensa que nunca irá ser multado ou nunca irá ter acidentes, até ao dia em
que …
Aqueles que por vontade ou sorte
não fizeram desvios caíram noutra armadilha: comer muito e a obsessão pela
comida. Há alguns bulímicos e alcoólicos entre os macrobióticos …, a partir do
momento em que tais comportamentos aparecem, torna-se evidente que “alguma
coisa não vai bem na macrobiótica”. Uma das condições indispensáveis para
permanecer jovem e de boa saúde é comer pouco. É necessário procurar sempre a
quantidade mínima para sobreviver. Numa palavra, comer para viver e não viver
para comer. O estado de “comedor excessivo” leva invariavelmente a um cortejo
de pequenas enxaquecas crónicas: fadiga, dores de cabeça, problemas de sono,
problemas emocionais e psicológicos, e a seguir a um cortejo de grandes males:
doenças degenerativas, paranoia, etc. A macrobiótica não é um encorajamento aos banquetes, mesmo se estes forem à base de produtos saudáveis e
biológicos. Um ou dois banquetes por ano ainda se aceita; mais banquetes fazem estragos.
Por comer pouco, entende-se uma refeição completa por dia, se possível ao meio
dia, consistindo as outras duas em lanches, e nada de mordiscar entre as
refeições.
A maior parte dos comedores
convencionais têm uma condição ácida do sangue o que impede uma absorção total
da comida enquanto que pela macrobiótica, o sangue bastante menos ácido e por
vezes mesmo alcalino, permite uma absorção completa dos alimentos. É por isso
que o excesso de comida é bastante mais perigoso para os macrobióticos do que para os não-macrobióticos. Na alimentação convencional, a comida apenas é digerida
parcialmente e não passa totalmente para o sangue, ao passo que com a
macrobiótica a assimilação é óptima. Com efeito, na alimentação tradicional, a
comida só e´assimilada a 25%, ficando o excedente no tubo digestivo que é rejeitado através das fezes, provocando um odor nauseabundo, flatulências, gases e outros
desconfortos. É bem certo que não é uma maneira saudável de se viver, mas não
muito perigoso numa primeira fase. Pelo contrário, no caso da macrobiótica, a
comida é assimilada a 80-90%, e por esta razão, não temos necessidade de comer
tanto. De facto, se comermos muito, agimos como se queimássemos enormes
quantidades de lenha num pequeno calorífico fechado que funciona melhor com
fogo brando. Provocaremos uma combustão muitíssimo forte e todo o organismo é
“tostado” por assim dizer.
O que faz um organismo sobrecarregado: tenta
utilizar os excessos num primeiro tempo e cria tumores quando já não pode mais,
mesmo nos macrobióticos. Para estarmos de boa saúde, deveremos sempre sentir
uma ligeira sensação de fome.
Alguns sintomas
reveladores
Resumindo, dizemos que o arroz
cozido na pressão tem um poder extremamente yanguizante, que esta yanguização impede
todo o uso de um outro alimento yang, tais como pickles salgados, legumes bem
cozidos, e que bem ao contrário, esta yanguização irá conduzir fatalmente à
absorção de produtos yin extremo: álcool forte, pastelaria, frutos exóticos. O
consumo destes “frutos proibidos” é sentido como “pecado” e leva a sentimentos
de culpabilidade, de medo e de frustração e são tanto mais perigosos se forem
realizados em segredo. Então, paradoxalmente, a macrobiótica, via de liberdade e
de felicidade, irá transformar-se em prisão e infelicidade. Se não fosse tão
lamentável, seria de rebentar a rir ! …
Não temos nenhuma prova a apresentar para justificar o que aqui avançamos. No entanto, é mais do que evidente que o modo de
vida macrobiótico ou arte do rejuvenescimento e da longevidade, não é suposto
ser a via aberta a doenças graves, a comportamentos psicopatas e a mortes
prematuras.
Os sintomas provenientes do cozimento na pressão seriam os seguintes:
·
Tez pálida ou “cinzenta”
·
Olheiras sob os olhos
·
Magreza extrema
·
Contracção excessiva de todo o corpo
·
Problemas cardíacos
·
Prisão de ventre
·
Fadiga persistente e inexplicável
·
Problemas psíquicos: rigidez de pensamento,
problemas relacionais
·
Comportamentos
compulsivos face à comida – alcoolismo, bulimia
No que diz respeito às crianças, a
prática quotidiana do cozimento na pressão seria fonte de frustração e poderia
explicar o porquê de tantas crianças macrobióticas que chegadas à
adolescência, rejeitarem totalmente a
macrobiótica.
Aí está, tentamos informar-vos. Vocês é
que sabem se isto vos diz respeito ou não. Estamos conscientes quanto esta
controvérsia é perturbadora para os iniciantes, o que lamentamos. Mas isso seria
mentir e fingir que este problema não existe.
Como todas as coisas, a macrobiótica tem uma face e um
dorso, e toda a gente conhece a face: boa saúde, mas o dorso é mais desconhecido.
Há o dorso inerente à própria prática num mundo onde os valores que ela
recomenda são rejeitados, mas também há o dorso que faz parte da macrobiótica, que é o
de não nos podermos dar ao luxo de comer demais sem correr graves perigos
físicos e psíquicos.
Em conclusão
Se sentir alguns dos sintomas
mencionados aqui, talvez valha a pena fazer uma experiência e deixar a
panela de pressão de lado por alguns meses. Em todo o caso, foi o que nós
decidimos fazer.
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DICAS
Os cereais, porque são muito bem
equilibrados em relação às necessidades dos seres humanos, têm um lugar
privilegiado, e constituem o centro em torno do qual se constrói a refeição.
Características
·
Constituídos por hidratos de carbono complexos,
fonte de energia disponibilizada à medida das nossas necessidades.
·
Bom equilíbrio sódio-potássio – equilíbrio de
base do líquido intra e extra celular.
·
O cereal foi o último a nascer do reino vegetal,
tal como o homem foi o último a nascer do reino animal.
·
Todas as grandes civilizações basearam a sua
alimentação nos cereais integrais (+ leguminosas).
·
Fonte de longevidade, é um alimento que se
conserva por muito tempo, milhares de anos (exemplo
dos grãos de cereal encontrados nos túmulos egípcios após milhares de anos, em
perfeitas condições de germinar), e também um alimento que nos conserva de
boa saúde durante muito tempo.
·
Enfim, os cereais ajudam-nos a realizar uma
certa ordem interior, tanto maior se os consumirmos em grãos integrais, não
transformados, não refinados e não muito misturados !
Observações
importantes
É sempre preferível consumir os cereais biológicos em grãos integrais:
·
Integrais: contêm mais
energia vital, germinativa, reprodutora.
·
Biológicos: sem produtos
químicos (forte perda de minerais e oligoelementos).
·
Não refinados porque:
·
Naturais (integrais, tal como a natureza os
oferece).
·
Açúcares lentos.
·
Melhor equilíbrio mineral e proteico.
·
Mais fibras.
·
Ecológicos: é necessário 7
vezes mais superfície de solo arável para produzir 1 Kg de proteínas animais do
que para produzir 1 Kg de proteínas vegetais.
O cereal é um fruto equilibrado para o ser
humano, mais contraído que os frutos que nós conhecemos habitualmente, dá uma
maior força de vida, um sistema digestivo e um sistema nervoso mais fortes.
Para melhor
digerir os cereais
Juntar na mesma refeição:
·
Lacto-fermentos – sopa de miso, condimentos de
chucrute ou legumes lacto-fermentados (pickles) …
·
Gomásio.
Os cereais devem sempre ser muito bem cozidos para serem bem
assimilados.
Habituar-se ao seu consumo.
Mastigar conscienciosamente.
A mastigação é fundamental para a assimilação dos grãos – a saliva
contém uma enzima, a ptialina, que opera a degradação do amido. Se esta
primeira acção enzimática falta, é preciso esperar que o bolo alimentar chegue
ao intestino para que o amido seja decomposto, dado que no estômago e doedono,
em princípio, só as proteínas e os lípidos são decompostos. Por outro lado, se os
cereais não são completamente triturados pelos dentes, a sua superfície será menor
e então a sua digestão será mais lenta, mais laboriosa e incompleta, levando a uma
fadiga inútil do organismo.
COZINHAR CEREAIS INTEGRAIS EM
GRÃO
·
1 volume de cereal para 2 de água.
·
Meter sempre a água por cima do cereal, e não o
inverso.
·
Juntar 10 cm de alga kombu e uma pitada de 3
dedos de sal.
·
45 minutos na panela de pressão ou 75 minutos
numa panela com tampa pesada.
CLASSIFICAÇÃO YIN – YANG
De Yin a Yang:
Milho – Sorgo (para regiões
tropicais) – “Mil perle” (idem) – Millet dourado – Amarante – Quinoa – Cevada –
Aveia – ARROZ – Trigo verde – Trigo tenro – Centeio – Kamut – Espelta – Pequena
espelta – Sarraceno ou Trigo negro (estação fria).
Todos os cereais podem ser consumidos em grão integral. Qualquer que
seja a variedade do cereal, o país ou região, devem representar 50% do total da
refeição. Variar as diferentes espécies de cereal, consoante as estações:
·
No Inverno: Arroz – Cevada
– Espelta – Kamut – Centeio – Sarraceno
·
No Verão: Arroz – Millet –
Trigo verde – Amarante – Quinoa – Milho
O pão, muito yang, não deve ser consumido regularmente: apresenta
5 acções yang = (1) moagem dos grãos; (2) aquecimento; (3) farinha + sal; (4) amassadura; (5) cozimento no forno.
UTILIZAÇÃO
DOS CEREAIS INTEGRAIS E SEUS DERIVADOS NA COZINHA MACROBIÓTICA
Uso Regular
|
Uso ocasional
|
Arroz integral
redondo
|
Massas integrais de
trigo
|
Arroz integral longo
|
Soba (massas
integrais de sarraceno)
|
Arroz glutinoso
(doce)
|
Massas de trigo e
sarraceno
|
Cevada
|
Pão integral
|
Sarraceno, Kasha
(sarraceno tostado)
|
Galetes de arroz
insuflado
|
Quinoa
|
Trigo e outros
cereais triturados
|
Millet, Sorgo
|
Bulgur
|
Aveia
|
Polenta
|
Espelta
|
Cuscuz
|
Trigo
|
Cereais em flocos
|
Centeio
|
Farinhas de cereais
tostados (cremes)
|
Os cereais
industriais tipo “Corn Flakes” não
devem ser consumidos.
TABELA
DE COZIMENTO DOS CEREAIS
CEREAIS
|
PREPARAÇÃO
ANTES DE COZINHAR
|
VOLUME
DE ÁGUA/
VOLUME
DE CEREAL
|
TEMPO
DE COZIMENTO
|
Arroz integral redondo
|
Demolhar durante a noite
|
2:1
|
1 h
|
Arroz integral longo
|
Nenhuma
|
1,75:1
|
1 h
|
Sarraceno
|
Tostar a seco/nenhuma
|
1,75:2
|
30 mn
|
Millet
|
Tostar a seco/nenhuma
|
3:1
|
45 mn
|
Aveia em grão
|
Demolhar durante a noite
|
4:1
|
2 h
|
Quinoa
|
Nenhuma
|
2:1
|
35 mn
|
Espelta
|
Demolhar durante a noite
|
4:1
|
2 h
|
“Arroz de
duplo cozimento à Iraniana”
Para todas as pessoas que tenham problemas de dentes ou que tenham habitualmente
dificuldades em digerir os cereais integrais.
O arroz é sujeito a dois cozimentos:
Primeiro cozimento – em panela normal de fundo espesso e tampa
pesada (caçarola):
·
Demolhar o arroz de véspera, em água com sal (uma
pitada de dois dedos)
·
1 parte de arroz lavado e 1,5 a 1,75 partes de água
·
No dia seguinte, cozer o arroz em lume brando até
que toda a água seja absorvida (cerca de 40 a 50 minutos).
Segundo cozimento – num cesto para cozer no vapor colocado em
cima duma panela com água a ferver
·
Transferir o arroz cozido para o cesto de cozer no
vapor onde estará a cozer durante 45 minutos a 1 hora.
Sugestão adicional
Incorporar no arroz, uma cenoura pequena
com a sua rama, lavadas e bem picadas, antes do cozimento do arroz no vapor. Teremos
assim um arroz repleto de minerais.
Autores de referência:
·
François Gisel
·
Gérard Wenker
·
Florence Wenker
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